A Petrobras anunciou nesta quarta (24) a saída de quatro dos oitos diretores, que manifestaram ao conselho de administração que não têm interesse em renovar seus mandatos, que terminaram no último dia 20 de março. Os executivos continuaram nos cargos até a nomeação de sucessores, diz a empresa.
Com a renúncia coletiva, a empresa mudará além da presidência – por decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de tirar Roberto Castello Branco do cargo – os principais dirigentes das áreas de Relações com Investidores; Comercialização e Logística; E&P e Desenvolvimento da Produção; e Governança e Conformidade.
A saída de Andrea Almeida, que comanda a área Financeira e de RI, era dada como certa depois do anúncio da troca de Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna, já que havia sido indicada pelo atual presidente, com quem trabalhou na mineradora Vale.
André Chiarini foi o primeiro diretor de Logística da Petrobras, área criada em março do ano passado, e também está deixando o cargo. Foi assessor direto de Castello Branco para a área de logística, desde novembro de 2019. Também foi sócio fundador e diretor executivo do Infra Partners Investimentos em Logística.
Pegou o mercado de surpresa a saída dos diretores de Exploração e Produção, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, e Desenvolvimento da Produção, Rudimar Lorenzatto. Ambos são funcionários de carreira da Petrobras, e estão na companhia há décadas.
“Os diretores executivos informaram não tratar-se de ato de renúncia e que estão comprometidos a cumprir rigorosamente com todos os seus deveres e obrigações até a posse de seus respectivos sucessores, o que deve ocorrer após a realização da Assembleia Geral Extraordinária no dia 12 de abril de 2021”, comentou a empresa em nota.
No começo de fevereiro, Marcelo Zenkner, que comanda a área de Governança e Conformidade da Petrobras, já havia manifestado que não tinha interesse em renovar seu mandato na diretoria da Petrobras.
“Considero a missão de disseminar e gerar a absorção da cultura de integridade na Petrobras devidamente cumprida. […] Agora, finalizado o meu mandato em 20 de março vindouro, é chegado o momento de enfrentar novos desafios”, declarou na época.
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Parte da diretoria pode ficar
Em 16 de março, o comitê de contratações da Petrobras aprovou o nome do general Joaquim Silva e Luna para o o cargo no conselho de administração da empresa. É o primeiro passo para que possa ser eleito presidente da estatal.
Substituirá Castello Branco por conta das divergências sobre a política de preços dos combustíveis no país.
Nesta quarta (24), Silva e Luna afirmou que pretende valorizar a “prata da casa” e que parte da diretoria pode continuar na sua gestão. Deixou claro que não pretende chegar na empresa fazendo mudanças na gestão.
“Acho até que mais pessoas podem sair, não de imediato, mas farão por vontade própria. Não pretendo chegar fazendo reformulação, e da minha parte não houve nenhum movimento”, afirmou em entrevista à agência Reuters.
Continuam fazendo parte do quadro de diretores da Petrobras os executivos Roberto Ardenghy, Relacionamento Institucional e Sustentabilidade; Rodrigo Costa Lima e Silva, em Refino e Gás Natural; e Nicolas Simone, com Transformação Digital e Inovação.
Rodrigo Lima e Silva assumiu a posição recentemente, após a saída de Anelise Lara, que se aposentou da companhia.
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