O presidente da Bolívia, Evo Morales, se encontra nesta terça-feira (5/12) com o presidente Michel Temer, em Brasília. A visita já deveria ter ocorrido desde outubro, mas foi adiada duas vezes, nas últimas semanas, devido aos problemas de saúde do presidente brasileiro.
Segundo um assessor próximo de Temer, a visita tem um efeito simbólico, sinalizando a intenção da Bolívia em manter boas relações com o governo de Michel Temer. A ideia do encontro partiu do país vizinho. Morales foi um dos críticos do impeachment de Dilma Rousseff e, como o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o boliviano manifestou-se nas redes sociais classificando a chegada de Temer ao poder de um “golpe institucional”.
Mas o que Morales vem conversar com Temer?
A Bolívia quer negociar o excedente de gás do país que não está sendo consumido atualmente pela Petrobras com novos clientes no Brasil. Em fevereiro, após reunião com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Luis Alberto Sánchez Fernández, disse que o país vizinho quer negociar a venda de gás para outros mercados, como por exemplo, as termelétricas.
Historicamente a Petrobras importa entre 28 milhões e 30 milhões de metros cúbicos (m³) de gás da Bolívia por dia. Esse volume chegou a caior para menos de 15 milhões de m³/dia nos primeiros meses do ano. “Em função dessa projeção, eu teria a capacidade de entregar outros volumes, fundamentalmente para empresas brasileiras”, disse o ministro boliviano na época.
Mas logo depois, por conta da demanda termelétrica, o volume de gás importado da Bolívia voltou a casa dos 23 milhões de m3/dia, média em 2017 até setembro.
E quanto a Petrobras está importando atualmente?