Greve

Negociações com funcionários da EPE travam em meio a preparação para leilões de 2026

Ministério da Gestão e da Inovação indicou que limite para reajustes precisa ser igual para todas as estatais

Funcionários da EPE se mobilizam contra reajustes salariais abaixo da inflação. Imagem: Divulgação
Funcionários da EPE se mobilizam contra reajustes salariais abaixo da inflação. Imagem: Divulgação

RIO — A preocupação no governo com a greve dos empregados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cresce em meio à dificuldade de chegar a um consenso e à expectativa para conseguir tirar do papel entregas importantes, como o leilão de reserva de capacidade (LRCAP). 

Segundo fontes, o Ministro de Minas e Energia (MME) solicitou ao Ministério de Gestão e Inovação (MGI) uma diretriz mais flexível para negociar com os funcionários da estatal. Também houve interlocução com o Ministério da Fazenda e a Casa Civil. 

No entanto, a indicação do MGI é de que o limite para o reajuste de salários e benefícios de empresas dependentes do tesouro é de 80% do INPC esse ano e 100% do INPC ano que vem. 

Como outras estatais já concordaram com os reajustes, não é possível negociar outros percentuais para as demais empresas. 

Os funcionários da EPE, no entanto, apontam que vinham recebendo ajustes abaixo da inflação e que os novos limites não condizem com o alto custo de vida da cidade do Rio de Janeiro, onde fica a sede da estatal. 

Eles calculam que os salários na EPE acumulam uma perda de 22,7% para a inflação desde maio de 2014

Entre as atribuições da EPE está o cadastro dos projetos que vão concorrer nos leilões de energia elétrica. 

Uma das concorrências mais aguardadas de 2025 e que acabou escorregando para o próximo ano devido à judicialização é a contratação de reserva de capacidade. 

O prazo para o envio dos documentos para a habilitação no LRCAP de 2026 termina na quinta-feira (14/11). 

Nesta quarta-feira (12/11), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) publicou o edital de mais um leilão, para a contratação de linhas de transmissão, em março de 2026. O cadastro dos projetos também precisará passar pela estatal.

Procurado, o MME não respondeu ao contato até o fechamento desta reportagem. 

Os funcionários da EPE realizaram paralisações ao longo do mês de outubro e aprovaram a entrada em estado de greve por tempo indeterminado a partir de 17 de novembro, após rejeitarem o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025-2026. 

Desde então, a diretoria executiva da estatal está realizando uma série de reuniões com os trabalhadores, em busca de um consenso, sem sucesso até o momento.

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