Meio ambiente

Servidores do meio ambiente fazem contraproposta para encerrar greve

Categoria também divulgou carta aberta ao presidente Lula, na qual reclamam de cerceamento a direito de greve

Servidores do meio ambiente protocolam nova contraproposta junto ao MGI para encerrar greve DO Ibama e ICMBio. Na imagem: Cerimônia de comemoração dos 35 anos do Ibama, em 22/2/2024 (Foto: Divulgação)
A categoria aceita parcialmente a proposta do governo, incluindo aumento sobre o vencimento básico (Foto: Divulgação Ibama)

BRASÍLIA – Os servidores federais do meio ambiente protocolaram, nesta terça (23/7), uma nova contraproposta ao Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI). A categoria aceita parcialmente a proposta do governo, incluindo aumento sobre o vencimento básico, que serve de base para o cálculo de gratificações e adicionais ocupacionais, como periculosidade e insalubridade.

A Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema) destaca que a última proposição representava apenas um reajuste, sem incluir a reestruturação da carreira, reivindicação original dos servidores.

Segundo a entidade que representa os servidores, esta é a proposta definitiva para tentar um acordo. A Ascema alega que houve retrocesso na proposta do governo em relação à anterior, de maio. O impacto orçamentário que era previsto com o atendimento ao pleito caiu de R$ 1,2 bilhão para R$ 336 milhões.

Representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) solicitaram uma reunião com o MGI para discutir a contraproposta, enquanto mantém diálogo com as entidades e servidores.

Confira os principais pontos da reivindicação da categoria:

  •  Aumento de 10,5% sobre o vencimento básico e gratificações de desempenho de classe padrão A-I, do nível superior.
  • Progressão ou promoção de 3% entre padrões e 6% entre classes
  • Aumento da proporção do vencimento básico sobre a remuneração total para 65%, sendo 35% para gratificações de desempenho
  • Aceite da proposta do MGI sobre a proporção da gratificação por qualificação
  • Aceite da proposta do MGI sobre as classes/padrões em 20 níveis
  • Aceite da proposta do MGI sobre a correspondência entre classes/padrões atuais e novas
  • Rejeição da proposta do MGI sobre gratificação de localização
  • Indenização pela Lei nº 12.855/2013 e previsão de adicional de periculosidade e insalubridade
  • Equiparação entre a Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Cema) e Plano Especial de Cargos do MMA e do Ibama (Pecma), e quebra da cláusula de barreira do Pecma

Carta aberta a Lula

A entidade que reúne servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Serviço Floresta e do MMA assinaram uma carta alegando descontentamento com o governo Lula.

“De forma autoritária e contrariando o que dissera o próprio Presidente Lula, que prometeu não punir servidores em greve, o governo foi ao Judiciário pedir a ilegalidade da greve em menos de 24 horas, sem sequer consultar a gestão dos órgãos, e impôs o cerceamento do direito de greve para a maior parte dos servidores ambientais. Ademais, ordenou que o ponto dos grevistas fosse cortado, sem qualquer negociação ou acordo, o que já se reflete nos contracheques de diversos trabalhadores”, diz a carta.

Processo no STJ

Em decisão no início de julho, o vice-presidente do STJ, ministro Og Fernandes, concedeu liminar determinando retorno ao trabalho de servidores que exerçam serviços ambientais essenciais. A Corte fixou multa diária de R$ 200 mil às entidades representantes dos servidores em caso de descumprimento da decisão.

Com a decisão do STJ, mesmo nos dias de paralisação, devem ser mantidos no serviço 100% dos servidores designados para as atividades de licenciamento ambiental, gestão das unidades de conservação, resgate e reabilitação da fauna, controle e prevenção de incêndios florestais e emergências ambientais.