BRASÍLIA – Servidores das categorias de meio ambiente em sete estados decidiram aderir à greve, marcada para começar no dia 24 de junho, e que deverá paralisar atividades no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e Serviço Florestal.
Até o momento, a categoria concordou com a greve no Rio de Janeiro, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Pará e Paraíba. Dos estados que já tomaram uma decisão, apenas servidores do Ceará foram contra, mas devem se reunir na próxima semana para reconsiderar a adesão.
O diretor da Associação dos Servidores Federais da Área Ambiental no Estado do Rio de Janeiro (Asibama/RJ), Leandro Valentim, disse que a greve é uma resposta ao fim das negociações com o governo sem um acordo de reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente.
A mobilização dos servidores, que já vinha causando impactos desde janeiro, limitando a emissão de novas licenças e focando na análise e monitoramento de empreendimentos já licenciados, está agora se intensificando e pode se agravar a partir da deflagração da greve.
Atraso em projetos
Dados levantados pelos servidores indicam que pelo menos dois gasodutos e dez pedidos para pesquisa sísmica e perfuração de poços já foram diretamente afetados pela mobilização. Veja lista de empreendimentos que podem ser afetados pela greve dos servidores do Ibama do Rio de Janeiro (.pdf).
A greve pode resultar em atrasos na entrada em operação de plataformas programadas para 2024 e 2025, assim como na interligação de cerca de 30 novos poços às unidades de produção previstas ainda para este ano.
Atualmente, na área de produção, 12 empreendimentos dependem de licença prévia do Ibama, além de três que aguardam a licença para instalação. O desenvolvimento da produção do campo de Bacalhau, na Bacia de Santos, com investimentos previstos em R$ 8 bilhões pela Equinor e suas sócias, é um dos projetos que aguarda licença de operação. A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema) calcula perdas de arrecadação em R$ 470 milhões por mês, além de R$ 485 milhões/mês em royalties e participações governamentais.