Meio ambiente

Ibama: Petrobras pode pedir nova licença para Foz do Amazonas, mas hoje não há viabilidade

Presidente do órgão, Rodrigo Agostinho afirmou que estudos são insuficientes para liberar exploração no local durante entrevista à Globonews

Ibama: Petrobras pode pedir nova licença para Foz do Amazonas, mas hoje não há viabilidade. Na imagem: Deputado federal da frente ambientalista do Congresso, Agostinho assume presidência do Ibama (Foto: Câmara dos Deputados)
Agostinho, deputado federal da frente ambientalista, foi indicado por Marina para comandar o Ibama (Foto: Câmara dos Deputados)

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse nesta quinta-feira (18) que a Petrobras pode reapresentar o pedido de licenciamento ambiental para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, mas que hoje “não há viabilidade ambiental do ponto de vista técnico”. Ele falou em entrevista à Globonews um dia após rejeitar a solicitação da companhia.

“Obviamente que a Petrobras pode reapresentar o pedido de licenciamento, mas nesse momento o que está comprovado do ponto de vista técnico é que não tem viabilidade ambiental a exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas”, disse.

Nessa etapa do licenciamento, a Petrobras havia solicitado a realização da APO (avaliação pré-operacional), uma simulação de uma emergência e não a licença propriamente dita.

Agostinho reforçou que não é possível conceder a licença sem a realização de Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS).

A exigência de AAAS para Foz do Amazonas foi proposta pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), que nomeou Agostinho presidente do Ibama, após a retornar nesse terceiro governo Lula. Marina declarou ser contra a licença há dois meses, mas afirmou que a decisão técnica cabe ao órgão ambiental.

Cabe ao governo federal determinar a contratação dos estudos, por decisão conjunta do Ministério de Minas e Energia (MME), responsável pela priorização das bacias; e do Ministério de Meio Ambiente (MMA). Tal iniciativa nunca foi tomada para a Foz do Amazonas.

“Apesar de regulamentada desde 2012, a AAAS jamais foi realizada na região da margem equatorial”, afirma nota do Ibama, desta quarta (17/5).