Equinor, Shell e Total iniciam este ano perfurações para captura de carbono

Projeto Northern Lights quer bombear estruturas de captura de carbono por dutos para armazenagem sob o Mar do Norte. Região pode armazenar o equivalente a mil anos das emissões de toda a Noruega

O presidente da Equinor, Eldar Sætre, assuna memorando de entendimento para o projeto Northern Lights com o representante da ArcelorMittal para o projeto, Eric de Coninck / Foto: Arne Reidar Mortensen
O presidente da Equinor, Eldar Sætre, assuna memorando de entendimento para o projeto Northern Lights com o representante da ArcelorMittal para o projeto, Eric de Coninck / Foto: Arne Reidar Mortensen

Equinor, Shell e Total planejam perfurar no final deste ano um poço na plataforma continental norueguesa (NCS, na sigla em inglês) para armazenamento de carbono. O movimento faz parte do projeto Northern Lights (uma referência à Aurora Boreal), que prevê o transporte, recepção e armazenamento de grandes volumes de carbono em um reservatório no norte do Mar do Norte.

O projeto Northern Lights é parte do compromisso da Noruega com a redução de emissões prevista no Acordo de Paris e envolve também uma série de empresas privadas grande poluidoras. Nesta semana, a Equinor, em nome das três companhias petrolíferas, assinou memorandos de entendimento com sete empresas europeias para desenvolver cadeias de valor em captura e armazenamento de carbono. Os documentos foram assinados com Arcelor Mittal, Air Liquide, Ervia, Fortum Oyj, HeidelbergCement AG, Preem e Stockholm Exergi.

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Por enquanto, porém, as empresas estudam estratégias de redução de custos, visando uma decisão de investimento em 2020. De acordo com os memorandos, as companhias devem desenvolver um cronograma visando o início das operações do projeto, a partir do que deverão cooperar com o manuseio e transporte do carbono.

Atualmente há 18 grandes projetos de captura de carbono no mundo. Mas, de acordo com a Agência Internacional de Energia, o mundo precisa armazenar 6 bilhões de toneladas de carbono anualmente para que seja possível atingir as metas de desenvolvimento sustentável de 2030, um compromisso firmado no Acordo de Paris. De acordo com a Equinor, a região do Mar do Norte tem o potencial para armazenamento de um volume de carbono equivalente a mil anos das emissões de toda a Noruega.

Armazenamento três quilômetros abaixo do solo marinho

O objetivo do projeto Northern Lights é criar uma logística de receptação de carbono de grandes instalações industriais na costa da Noruega para que os volumes sejam transportados para uma planta de receptação no noroeste de Bergen, na costa norueguesa. De lá, o carbono será  transportado por dutos para formações rochosas três quilômetros abaixo do solo marinho, onde ocorre o armazenamento definitivo.

Assista aqui ao vídeo explicativo do Projeto Northern Lights 

“A captura e o armazenamento de carbono serão vitais para alcançar as metas climáticas globais do Acordo de Paris”, diz Eldar Sætre, presidente da Equinor. Segundo ele, “projetos sustentáveis de captura e armazenamento de carbono só podem ser desenvolvidos em cooperação entre governos e empresas. Portanto, estamos muito satisfeitos que os parceiros da Northern Lights e as principais empresas europeias estejam dando os primeiros passos para criar um sistema europeu de transporte e armazenamento de CO₂ ”.

Atualmente a Equinor já implementou a tecnologia de captura de carbono em dois campos de perfuração explorados pela companhia no Mar do Norte: Sleipner e Snohvit, compensando as emissões anuais de 10 milhões de carros.

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