BELÉM — O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Bradesco e o Fundo Ecogreen anunciaram, na terça (11/11), a criação de uma certificadora brasileira de créditos de carbono.
O anúncio ocorreu durante a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2025 (COP30), em Belém (PA).
Chamada Ecora, a nova certificadora busca atender à demanda crescente por créditos de carbono no Brasil, e atuará em todos os biomas integrando o conhecimento das realidades regionais.
O objetivo é reduzir a dependência de organismos internacionais, estabelecer padrões de governança adaptados às realidades locais.
Em março deste ano, BNDES e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) iniciaram um levantamento de demandas na certificação de carbono no Brasil, com o propósito de identificar mecanismos financeiros capazes de ajudar a desenvolver certificadoras de projetos voltadas à realidade de florestas tropicais.
“Esse projeto vai contribuir muito para reduzir o custo para os pequenos produtores, democratizar o acesso, impulsionar o mercado voluntário no Brasil e estabelecer o diálogo com a nova legislação que avança para o mercado regulado”, comenta o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
A Aecom, consultoria global em engenharia, infraestrutura, meio ambiente e sustentabilidade é o consultor técnico da iniciativa.
A certificadora será estruturada com a plataforma Conservare, que assegurará rastreabilidade, automação e gestão completa do ciclo de vida dos créditos de carbono — da análise de viabilidade à retirada final.
Serão integradas bases públicas de dados, gestão de projetos e análises geoespaciais, com a intenção de garantir confiabilidade e agilidade na validação dos projetos.
“Essa iniciativa faz todo o sentido para o país que tem a maior cobertura de floresta tropical, que mais serviços ambientais presta ao planeta e que é responsável por dois terços de toda a diversidade da flora e da fauna”, diz Mercadante.
Segundo o presidente do BNDES, a Ecora pode se diferenciar ao desenvolver metodologias adaptadas à realidade brasileira e ao promover uma redução significativa de custos.
“Estamos avaliando diferentes formas de avançar com a agenda da certificação de carbono do Brasil, incluindo o apoio a iniciativas nacionais já em andamento”, explica.
