Meio ambiente

Marina defende imposição de limites à exploração de petróleo

Em entrevista ao Financial Times, ministra do Meio Ambiente disse que debate "não é fácil", mas que precisa ser enfrentado

Ministra Marina Silva (Rede) defende imposição de limites à exploração de petróleo no Brasil. Na imagem: Ministra do Meio Ambiente e Clima, Marina Silva, e o presidente Lula durante a reunião do G77+China sobre Mudança do Clima, na Expo City Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em 2/12/2023 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente Lula durante a reunião do G77+China sobre Mudança do Clima, na Expo City Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), defendeu a imposição de limites à exploração de petróleo no Brasil.

“Uma questão que terá de ser enfrentada é a questão dos limites, um teto para a exploração de petróleo. É um debate que não é fácil, mas que os países produtores de petróleo terão de enfrentar”, disse a ministra, em entrevista ao jornal Financial Times publicada nesta terça (26/12).

No debate sobre a abertura de novas fronteiras exploratórias no Brasil, a ministra já defendeu que a decisão sobre a Margem Equatorial, em especial na Bacia Foz do Amazonas, deve ser discutida no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

“O Brasil é produtor de petróleo. Este é um debate que terá de ser travado, mesmo em contexto de guerras. Estamos comprometidos com o objetivo de triplicar as energias renováveis. Mas tudo isto não pode ser feito se não discutirmos a questão dos limites à exploração”, completou Marina, na entrevista.

O jornal britânico cita a discordância entre Marina e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), sobre o licenciamento na Margem Equatorial.

Silveira afirmou ao FT que não vê contradição entre o discurso do governo sobre transição energética e as metas de exploração de óleo e gás. Ele defendeu que as receitas do petróleo ajudariam a financiar a mudança na matriz energética.

No início do mês, o Brasil foi convidado a integrar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+).

“Não podemos desistir da transição energética. A segurança energética é necessária, mas também devemos pensar na transição. Ambas as coisas devem acontecer”, comentou Marina.