RIO — O presidente eleito Lula (PT) confirmou nesta sexta (29/12) a indicação do senador Jean Paul Prates (PT/RN) para a presidência da Petrobras, a partir de 2023. O petista também anunciou os nomes para o comando do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, avançando, assim, na definição da administração das principais estatais do país.
Prates encerra seu mandato no fim deste ano e integrou o gabinete de transição, no subgrupo de óleo e gás.
Ao anunciar a indicação, o senador afirmou que, como uma sociedade de economia mista, a Petrobras alia capitais privados e estatais e precisa conciliar essa natureza ao seu papel estruturante na economia brasileira.
Além disso, reforçou que a estatal precisa se posicionar frente à transição energética e que assumirá a petroleira tendo, como sua principal demanda, “o olhar para o futuro”.
“Vejo a Petrobras como uma empresa que precisa olhar para o futuro e investir na transição energética para atender às necessidades do país, do planeta e da sociedade, além dos interesses de longo prazo de seus acionistas”, escreveu, em suas redes sociais.
- Na epbr: Petrobras: a indicação de Jean Paul Prates para a estatal em 10 pontos Dos bastidores da escolha do nome à biografia do senador e suas ideias para a petroleira e o setor de energia
Mulheres no BB e na CEF
Tarciana Medeiros será a primeira mulher a comandar o BB, enquanto Rita Serrano assumirá a CEF — banco que enfrentou este ano uma crise reputacional, em meio a denúncias de assédio moral e sexual praticados por Pedro Guimarães quando ele presidia o banco.
Ambas fizeram carreira nos respectivos bancos.
Na montagem da equipe econômica, o governo Lula optou por começar pelos bancos públicos. Além do BB e CEF, o presidente eleito já havia confirmado o petista Aloízio Mercadante como comandante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Na área de energia, falta definir quem chefiará também a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) — estatal criada no governo Bolsonaro para reunir as participações da União na Eletronuclear e Itaipu após a privatização da Eletrobras.
Ontem, ao anunciar a lista final de ministros do seu novo mandato, Lula afirmou que os quadros do segundo escalão do governo devem ficar para o início de 2023.
“A partir da posse, vamos começar a discutir o segundo escalão e cargos do governo federal em cada estado, para que possamos, em pouco tempo, ter todas as informações para fazer a máquina funcionar”, disse.
Despedidas
Enquanto o governo Lula indica sua equipe, nomes do atual governo começam a se despedir de suas funções. Nesta sexta, presidente Jair Bolsonaro (PL) exonerou o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, do cargo, além de Célio Faria Júnior, chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, e Daniel de Oliveira Duarte Ferreira, ministro do Desenvolvimento Regional.
Também foi publicada a exoneração do secretário especial de Cultura, vinculado ao Ministério do Turismo, André Porciuncula Alay Esteves.
Além de Ciro Nogueira, foram exonerados mais dois nomes da Casa Civil: Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro, secretário-executivo, e Thiago Meirelles Fernandes Pereira, subchefe de Articulação e Monitoramento.