BRASÍLIA — O Conselho Nacional e Política Energética (CNPE) definiu a repartição da energia extra gerada pela usina de Jirau, no Rio Madeira (RO), que ficará dois terços com o lado brasileiro e um terço com a Bolívia.
Em maio, o presidente Lula esteve na Bolívia, acompanhado de uma comitiva. Durante a viagem, os dois governos assinaram um memorando de entendimentos que possibilitou a operação a partir de uma compensação para os bolivianos por aumentar a cota do reservatório para 90 metros. Normalmente, a usina opera com nível d’água entre 82,5m e 90m.
A usina passa a acrescentar, inicialmente, 121,1 megawatts médios (MWmed), e depois ao atingir a cota 90m de forma constante, incorpora 236,5 megawatts médios (MWmed) ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Jirau tem capacidade instalada de 3.75 MW, o que representa 3,7% da energia hidrelétrica nacional. É a quarta maior usina hidrelétrica do Brasil; atrás de Itaipu, Belo Monte e Tucuruí.
Cooperação energética com a Bolívia
A missão do governo à Bolívia em maio de 2024 resultou não só no acordo de Jirau, mas em entendimentos a respeito da integração energética dos dois países por meio da utilização da infraestrutura de dutos existentes no transporte de gás natural.
Embora a produção de gás boliviana tenha entrado em declínio, a infraestrutura existente é uma das alternativas para trazer o gás da região de Vaca Muerta, na Argentina, para o Brasil, por meio do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol).
Essa integração energética também prevê a conexão, via sistema de distribuição, de energia elétrica para localidades no norte da Bolívia, cujas redes operam de forma isolada.