Congelamento de R$ 13 bi

Governo mantém bloqueio de R$ 33,5 milhões em orçamento do MME e agências

Bloqueio orçamentário de R$ 13,3 bilhões afeta Ministério de Minas e Energia (MME) e agências vinculadas

Governo decide manter o bloqueio de R$ 33,5 milhões em orçamento do MME e agências reguladoras. Na imagem: Força-tarefa integrada pela ANP, Procon e Inmetro fiscaliza postos revendedores de combustíveis em Brasília (DF), em 15/3/2021 (Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Força-tarefa integrada pela ANP, Procon e Inmetro fiscaliza postos revendedores de combustíveis em Brasília/DF | Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

O bloqueio orçamentário de R$ 13,3 bilhões realizados pelo governo federal na segunda (30/9) manteve a contenção de R$ 33,5 milhões no Ministério de Minas e Energia (MME) e nas agências vinculadas.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está com R$ 11,4 milhões bloqueados desde agosto, o que representa 7,8% do orçamento de R$ 146,1 milhões previsto para 2024, considerando as despesas primárias e discricionárias, que excluem gastos com salários e pensões.

É o mesmo caso da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do próprio Ministério de Minas e Energia (MME). No decreto de programação orçamentária publicado ontem foram liberados R$ 6,3 milhões da Agência Nacional de Mineração (ANM).

Em agosto, o governo havia bloqueado R$ 11,2 bilhões e contingenciado R$ 3,8 bilhões, totalizando uma contenção de R$ 15 bilhões. As medidas atendem ao novo arcabouço fiscal.

ÓrgãoOrçamento em 30/09Contenção
Ministério de Minas e EnergiaR$ 478,5 miR$ 16,6 mi (3,5%)
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)R$ 146,1 miR$ 11,4 mi (7,8%)
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)R$ 148,7 miR$ 6,8 mi (4,6%)
Fonte: Decreto de Programação Orçamentária e Financeira, de 30 de setembro de 2024; Ministério do Planejamento e Orçamento.

Crise orçamentária da ANP

A ANP teve um corte de 10% no orçamento deste ano em relação à 2023, uma redução de R$ 162,7 milhões para R$ 146 milhões, considerando dotação para despesas discricionárias e em valores nominais.

É o menor orçamento desde 2000, início da série da histórica disponível no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP).

Esse mês, a agência deixou de transmitir ao vivo as reuniões da diretoria colegiada pelo YouTube, como parte do conjunto de medidas para contenção de despesas.

Em julho, a ANP reduziu a abrangência da pesquisa de preços de combustíveis de 459 para 358 cidades, com corte nas coletas semanais de 10.920 para 6.255, uma diminuição de 43%.

As capitais foram mantidas na pesquisa, e outras localidades foram selecionadas com base nos volumes comercializados.

Desde 2003, a abrangência da pesquisa vem sendo reduzida devido a cortes orçamentários.

O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, tem alertado desde o início do ano sobre os impactos dos cortes sobre os setores regulados. Em entrevista ao estúdio eixos na CERAWeek, em Houston (TX), Saboia afirmou que a abertura do mercado de gás será prejudicada.

O Comitê das Agências Reguladoras Federais (Coarf) publicou, em agosto, uma nota conjunta em que manifesta preocupação com o corte no orçamento das agências reguladoras. Em março, o governo já havia cortado 20%.

“Será necessário que as agências reduzam metade do valor de seus contratos e despesas, fechem sedes, diminuam drasticamente atendimentos ao público externo, ações de fiscalização e limitem significativamente a representação institucional”, afirmou o comitê, na época.