Um dos cotados para assumir a Secretaria Executiva do Ministério de Minas e Energia (MME), o consultor legislativo do Senado, Fábio Gondim, explicou à epbr que não é réu no processo criminal que investiga os crimes denunciados pela Operação Drácos e figura apenas como testemunha. O ex-secretário de Saúde do DF é réu em um processo cível por improbidade administrativa por fatos revelados pela operação.
A Operação Drácos investiga supostas condutas criminosas por parte de deputados distritais solicitando valores financeiros indevidos a empresas. Os pagamentos seriam contrapartidas pela destinação de sobras orçamentárias para o pagamento de passivos em atraso por parte do governo do Distrito Federal relativos ao gerenciamento de Unidades de Terapia Intensiva. Os políticos são réus na Justiça local por corrupção passiva.
Gondim, que foi secretário no governo Roseana Sarney, diz ainda que nem o ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, (MDB/MA) e nem o ex-presidente e ex-senador José Sarney o procuraram para discutir a indicação para o cargo. Por aqui, noticiamos que o setor entendia sua indicação como uma tentativa dos políticos do Maranhão de manter influência na pasta.
“Nenhum dos dois, nem outro membro do chamado grupo Sarney, me procurou, ou procurou o Ministro para pedir a minha indicação. Eu nunca tive relação estreita com o Lobão. Nunca tinha ido sequer ao gabinete dele no Senado nem antes, nem durante o período em que fui Secretário no governo Roseana. Não fui convidado para festas de família. Portanto, minha relação sempre foi profissional e jamais aceitaria ocupar um cargo para manter influência de quem quer que seja”, afirmou.
Fábio Gondim compõe a equipe de transição do governo Jair Bolsonaro desde o último dia 13. Faz parte do Grupo Temático de Economia e Comércio Exterior, comandando por Paulo Guedes. “Sou técnico. Muito técnico”, afirma.
Gondim é engenheiro civil pela UnB e pós-graduado em Planejamento, Orçamento e Gestão Pública pela FGV. Além da Secretaria de Saúde do DF, comandou a Fazenda e Casa Civil no Maranhão e foi consultor-geral de Planejamento, Orçamento, Fiscalização e Controle do Senado Federal
Além de Gondim, quem também está cotada para comandar a área – atualmente sob comando de Márcio Félix – é Marisete Dadald, chefe da Assessoria Econômica do próprio Ministério de Minas e Energia. Marisete Dadald é titular do Conselho Fiscal da Petrobras.
Em setembro, a agência Infra fez um perfil de Marisete, cotada também para o conselho da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE): “Marisete tem sido o braço direito do ministro de Minas e Energia, que elogia publicamente o seu trabalho à frente da assessoria econômica da pasta. A assessora do MME é contadora, com pós-graduação em ciências contábeis e econômicas. Trabalha no ministério desde 2006”.