A estratégia política de Onyx, pressões das bancadas e a formação do Congresso no governo Bolsonaro, nesta segunda-feira (3/12).
1. Principal quadro político da transição, Onyx Lorenzoni falou abertamente sobre sua estratégia para reforçar sua posição como articulador do governo Bolsonaro. Afirmou que vai montar um “time” de ex-deputados e ex-senadores para cuidar da Câmara e do Senado – perfil em abundância, haja vista a quantidade de parlamentares, de caciques ao baixo clero, que não se reelegeram em outubro.
A estratégia de Onyx é manter na Casa Civil, ministério que deve assumir, a interlocução com o Congresso, enquanto a Secretaria de Governo, para a qual Bolsonaro indicou o General-de-Divisão Carlos dos Santos Cruz, cuidará da relação com estados e municípios. As informações são de uma coletiva que Onyx deu hoje, em Brasília.
Um primeiro contemplado no governo para essa equipe de ex-parlamentares é o deputado Carlos Manato (PSL-ES), vice-presidente da Câmara que não se reelegeu. O contingente ainda não está definido. “Não temos fórmula pronta, trabalhamos nessa construção”, disse Onyx.
2. Mais da coletiva de Onyx: transição bateu o martelo e serão 20 ministérios mais dois “eventuais” (Banco Central e AGU). Significa o fim do Ministério do Trabalho, que será desmembrado nas pastas de Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça) e Osmar Terra (Cidadania). E falta definir quem vai assumir o Meio Ambiente – a promessa é resolver esta semana.
3. Do Painel, na Folha: a equipe de ex-parlamentares de Onyx servirá para dividir as áreas de interesse do governo. E mais, os deputados dos estados do Nordeste tentam um encontro com Bolsonaro. Estão sentindo-se desprestigiados.
Até agora, a formação do governo têm atendido a setores, que acabaram com a indicação de políticos, como o caso de Tereza Cristina (Agricultura) e Luiz Mandetta (Saúde), ambos do DEM do Mato Grosso do Sul; ou militares. As exceções são Guedes e sua equipe econômica, o juiz Moro, e os indicados para áreas em que Bolsonaro carrega na retórica do combate ideológico: a Educação, com Ricardo Vélez Rodríguez, e Itamaraty, com Ernesto Araújo.
4. O presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou em evento na FGV que crescimento econômico é um papel do governo e não do Banco Central. “O Brasil tem de continuar no caminho de ajustes e reformas. Estamos falando de ajuste fiscal e reforma da Previdência. Tudo o que foi conquistado só será sustentado se as reformas forem realizadas”, afirmou. Informações do Valor, que promoveu o seminário “Reavaliação do Risco Brasil”.
5. Paulo Guedes deve depor na próxima quarta-feira (5), à PGR, sobre a suspeita de fraude na gestão de fundos de pensão. A investigação faz parte da operação Greenfield. As informações são da Folha.
6. A indicação do almirante Bento Costa Lima está repercutindo principalmente no setor de energia. Logo após o anúncio, na sexta-feira passada, a primeira reação das associações foi de surpresa, conjecturas se o militar significará um impulso para geração de energia termonuclear, área de atuação do almirante.
No fim de semana, o Valor repercutiu que um interesse do setor elétrico, que encontra apoio na equipe econômica da transição, é da mais abertura para o mercado de geração e fontes, além de enfrentar o “crescimento explosivo” da CDE, o fundo de subsídios do setor que deve chegar a R$ 20 bilhões ano que vem.