Ex-Santander no Banco Central, Mansueto fica no Tesouro e a pressão sobre o caixa 2 de Onyx Lorenzoni, Paulo Guedes e os governadores, nesta quinta-feira (15).
1. O diretor do Santander, Roberto Campos Neto, foi escolhido por Paulo Guedes para presidir do Banco Central. Economista, Campos Neto é responsável tesouraria do Santander para as Américas. De acordo com levantamento do Poder360, trabalhou no banco de investimento Bozano Simonsen, do qual Paulo Guedes foi acionista, de 1996 a 1999.
2. Permanece a especulação de que o Banco Central perderá o caráter ministerial, com uma diretoria colegiada indicada pela Presidência, aprovada no Senado e mandato pré-definido. A chancela do Senado já é necessária, tanto que Ilan Goldfajn fica no cargo até o nome de Campos Neto ser aprovado. Sobre a escolha de Guedes, Goldfajn afirmou que é um “profissional experiente e reconhecido, com ampla visão sobre o sistema financeiro e a economia nacional e internacional”. O BC divulgou uma nota.
3. A princípio, Mansueto Almeida fica onde está, na secretaria do Tesouro Nacional. Seu nome foi especulado para a Secretaria de Fazenda do novo Ministério da Economia, que teria atribuições do atual Ministério da Fazenda. Mansueto entrou no governo a convite de Henrique Meirelles, quando este assumiu o ministério com a entrada de Temer.
4. O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está sob pressão por sucessivas acusações de crime de caixa dois em campanhas eleitorais. O deputado federal do DEM, pelo Paraná, não foi formalmente acusado pelos órgãos de investigação e controle, mas já admitiu, no passado, que se financiou com recursos não declarados.
Em resumo, Onyx admitiu que recebeu da JBS, para a campanha de 2014, R$ 100 mil reais. As declarações são do ano passado. Agora, contudo, a Procuradoria Geral da República (PGR) investiga, não a confissão, mas uma denúncia de um delator que afirma que outros R$ 100 mil teriam sido pagos em 2012.
5. Está rendendo a história de que Paulo Guedes está colocando os governadores eleitos na mesa de negociações com o Congresso. Esta semana, após reuniões em Brasília, os governadores saíram falando que Guedes prometeu recursos do leilão do excedente da partilha de produção; Eunício Oliveira – presidente do Senado, onde precisa ser aprovado um PL para destravar o leilão – foi além e fez até a conta do rateio: fundos de participações dos estados (FPE) e municípios (FPM).
Ontem a noite, O Globo publicou que Paulo Guedes quer acabar com o ‘toma lá, dá cá’ com o Congresso: “ao lado de Bolsonaro, Guedes distribuiu promessas aos governadores, como uma reforma tributária que garanta mais recursos aos estados. Mas exigiu em troca apoio à agenda do governo Bolsonaro. A reforma da Previdência foi tratada como principal item.”
6. Da Folha de São Paulo, Escolha de chanceler Ernesto Araújo é vitória de Eduardo Bolsonaro. A escolha de Ernesto Henrique Araújo para o Itamaraty foi uma indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), mediante sugestão de Olavo de Carvalho.
Para quem não conhece, Olavo mantém um blog e há anos se tornou uma referência para setores conservadores pelas ideias que defende. Entre elas, é adepto da teoria da Nova Ordem Mundial e nega o aquecimento global, que chama de a “mãe de todas as fraudes”.
De acordo com Eduardo Bolsonaro, o nome de Ernesto Araújo foi sugerido por “Olavo de Carvalho e endossado por Filipe G. Martins, assessor do PSL para assuntos internacionais”. O deputado completa: “ciente da guerra cultural que vivemos e comprometido em buscar melhores acordos comerciais para o Brasil o Embaixador Ernesto segue com as nomeações técnicas para ministros, proposta de Bolsonaro durante a campanha eleitoral”.
Com informações de G1, Poder360, O Globo, Folha de São Paulo