Armazenamento

Silveira quer leilão de baterias em dezembro

Ministro afirmou que crescimento da geração de renováveis representa desafios para o setor elétrico e que baterias representam fornecimento de energia firme

Audiência Pública - Petróleo, energia nuclear e usina de Itaipu. Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira de Oliveira. Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Petróleo, energia nuclear e usina de Itaipu. Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira de Oliveira. Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

BRASÍLIA — O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), afirmou que pretende fazer o primeiro leilão de baterias do país em dezembro deste ano. A fala ocorreu durante a participação do ministro em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, nesta quarta-feira (15/10).

Outras autoridades da pasta haviam se pronunciado anteriormente, tratando o leilão de armazenamento como posterior aos leilões de reserva de capacidade (LRCAP), todos previstos para 2026.

Várias etapas necessárias para a realização do leilão ainda não foram iniciadas, o que coloca pressão sobre a data anunciada por Silveira.

O MME ainda terá de publicar a portaria com as diretrizes e regras para o leilão, que deverá passar por consulta pública, que tem prazos entre 30 e 45 dias, a depender de critérios como a existência prévia  de uma análise de impacto regulatório (AIR), por exemplo.

“Quem não é do setor entende que a quantidade de energia que a gente produz é sinônimo de segurança energética, mas não é. A energia intermitente não dá segurança energética. Tivemos noites em que produzimos 10 GW de energia eólica, e tivemos noites em que produzimos 1,5 GW. Eu quero anunciar que agora, em dezembro deste ano, vamos fazer o primeiro leilão de baterias. Nós vamos poder, literalmente, armazenar vento”, disse.

Ao anunciar o certame para o fim de 2025, o ministro citou que o crescimento das renováveis representam grande desafio para o setor elétrico e cria instabilidade no sistema não só no Brasil, mas em outros países.

Citou como exemplo Portugal e Espanha. Os dois países foram alvo de um apagão em abril, provocado por uma falha no operador do sistema espanhol, que não possuía térmicas suficientes para lidar com a demanda no momento de pico, desencadeando desligamentos.

Em agosto, o secretário de Transição Energética do MME, Gustavo Ataíde, comentou que, uma vez formatados os leilões de reserva de 2026, a equipe técnica da pasta voltaria a se debruçar sobre a modelagem do leilão de armazenamento.

Fernando Coli, secretário-executivo da pasta, também chegou a dar declarações públicas de que o primeiro leilão de baterias aconteceria após o LRCAP, no ano que vem.

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