'Perde-perde'

Estamos focando na abertura de prazo para inicio das tarifas, diz Jaques Wagner, nos EUA

Senadores em missão a Washington argumentam que medida prejudica exportações brasileiras e encarece setores estratégicos nos EUA, como construção civil e madeira

Jaques Wagner, à bancada, fala durante sessão plenária para discussão e votação de propostas, em 16 de julho de 2025 (Foto Jefferson Rudy/Agência Senado)
Líder do governo, senador Jaques Wagner (PT), à bancada, fala durante sessão plenária, em 16 de julho de 2025 (Foto Jefferson Rudy/Agência Senado)

O senador Jaques Wagner (PT/BA), líder do governo no Senado, afirmou que a missão em Washington, nos Estados Unidos, está focando na extensão para a entrada em vigor do tarifaço de 50% aos produtos brasileiros.

“A gente está focando principalmente na abertura de prazo, porque a carta foi de 9 de julho para valer no dia 1º de agosto, são menos de 30 dias, então, não é razoável”, afirmou ele, a jornalistas.

Na manhã desta terça-feira (29/7), os senadores brasileiros se reuniram com o democrata Martin Heinrich, do Novo México.

Segundo Jaques Wagner, o parlamentar americano demonstrou preocupação das consequências do aumento das tarifas aos produtos brasileiros na inflação americana, em especial, no setor de construção devido ao aumento do preço da madeira.

“E o senador (Martin Heinrich) disse que o preço da madeira já está subindo. Isso é o que se chama perde-perde. Nós perdemos o negócio de exportação. E o importador perde o preço da construção civil. Portanto, este perde-perde”, disse o senador Esperidião Amin (PP/SC).

O senador também defendeu a necessidade de mais prazo para início das tarifas aos produtos brasileiros como os demais países obtiveram, inclusive, a China. “Um prazo razoável seria o mesmo que foi dado a todos os outros. Inclusive a China, que ganhou agora mais três meses de prazo”, afirmou Amin.

Durante as reuniões com parlamentares americanos, os senadores brasileiros estão apresentando a lista dos produtos mais afetados em seus respectivos estados. No caso do Estado do Novo México, por exemplo, um deles e a madeira.

Por sua vez, Santa Catarina exporta um terço da madeira, de diversos tipos, desde compensado, MDF, porta, moldura, até móveis, segundo o senador Esperidião Amin.

“Tem muita madeira vinda do Brasil, além de outros produtos como café. Todos eles sabem que isso (tarifas) vai doer no bolso de empresas brasileiras e americanas, pequenas, médias e grandes, e quando mexe no bolso as pessoas se mexem”, reforçou o líder do governo no Senado.

Além da lista de produtos afetados, os senadores brasileiros também estão entregando uma carta-convite aos parlamentares americanos irem ao Brasil, conforme o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, o senador Nelsinho Trad (PSD/MS).

“Dessa forma, com esse conteúdo, a gente entende que racionalmente ele poderá ser convencido que essa é uma medida de perde-perde”, disse.

O segundo compromisso do dia dos senadores brasileiros em Washington é uma reunião com o senador democrata Ed Markey, de Massachusetts, estado que abriga a maior comunidade brasileira nos EUA.

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