RIO – O presidente eleito Lula anunciará em janeiro o nome do novo presidente da Petrobras, afirmou o futuro ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmado nesta quinta-feira (29/12) para o cargo.
Existia grande expectativa por parte da indústria de petróleo, gás e energia, além do mercado financeiro, para que o nome do novo CEO da Petrobras fosse anunciado junto com os 16 ministros indicados pelo presidente eleito.
“O presidente (Lula) tem sido muito cauteloso, porque, como ele disse hoje, primeiro precisa se observar a Lei das Estatais e segundo… há um processo interno de mudança de sua diretoria executiva”, afirmou Silveira, de acordo com a agência Reuters.
Silveira disse ainda que acompanhou pela imprensa análises jurídicas que indicam que o nome do senador Jean Paul Prates não tem impedimentos legais para comandar a estatal.
“Acompanhei pela própria imprensa, o nome do senador Jean Paul, caso oficializado pelo presidente, não é abarcado pela atual legislação, já que não foi coordenador de campanha, ordenador de despesa, então ele não teria nenhum impedimento de assumir a empresa, conforme o que eu vi na própria imprensa”.
A construção do nome de Prates para a Petrobras foi antecipada pelo político epbr, serviço exclusivo para empresas, em 23 de setembro.
Jean Paul Prates na Petrobras
O senador Jean-Paul Prates (PT/RN) é o nome forte para assumir o comando da Petrobras. Vem sendo cotado para o cargo desde antes da campanha presidencial.
Se confirmado, assumirá com o desafio de lidar com os preços dos combustíveis da companhia.
Em seu programa de governo, Lula prometeu o fim da política de paridade internacional de preços dos combustíveis.
Prates defende a criação de referências regionais que levem em conta a formação de preços nacionais e importados — mas promete que não se trata de tabelamento de preços dos combustíveis.
O PT decidiu manter sob seu controle áreas consideradas estratégicas, como BNDES (Aloizio Mercadante), Fazenda (Fernando Haddad), Desenvolvimento Social (Wellington Dias), Educação (Camillo Santana), Trabalho (Luiz Marinho), Casa Civil (Rui Costa), Relações Institucionais (Alexandre Padilha) e Secretaria-Geral (Márcio Macêdo).
Jean Paul Prates foi consultor e secretário de Energia do Rio Grande do Norte e coordenou o subgrupo de óleo e gás no gabinete de transição.
No Senado, assumiu em 2019 a vaga deixada por Fátima Bezerra, reeleita governadora do RN. Foi relator de projetos importantes, como o que levou à redução dos preços dos combustíveis — a lei complementar da monofasia do ICMS.
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