BRASÍLIA — A Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) divulgou uma nota, nesta sexta (24/10) criticando a exclusão do setor no Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) de 2026.
As portarias com as regras foram publicadas na edição de hoje do Diário Oficial da União, pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
O presidente executivo da Cogen, Newton Duarte, defende que deveriam constar no LRCAP 2026 as térmicas térmicas a etanol, bagaço de cana-de-açúcar, biodiesel (B100), biogás, biometano, licor negro, lenha, resíduos florestais, resíduos sólidos urbanos, o capim elefante e a casca de arroz.
Ele ressalta que, no LRCAP 2025, cancelado em abril, as térmicas a biomassas cadastradas totalizavam aproximadamente 7GW de capacidade instalada.
“Estranhamente, a nota técnica anterior justificava a ausência de uma série de usinas termelétricas movidas a biocombustíveis em função da exclusão do biodiesel, e agora, de forma não compreensível, somente o biodiesel foi admitido para participar do certame, em detrimento às biomassas”, diz nota divulgada pela associação.
Segundo Duarte, além da indústria sucroenergética, o setor de papel e celulose conta com “condições excepcionais” para ser despachado nas horas de pico com blocos de dezenas ou centena de MW a custos mais competitivos do que outras fontes.
“É uma geração de energia renovável, resiliente, disponível todo o ano e distribuído, comportando os atributos desejados e necessários sob a ótica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)”, acrescenta o executivo.
Outra sugestão apresentada pela Cogen é a inserção de parâmetros de flexibilidade operativa condizentes com a fonte.
Isso possibilitaria, segundo a entidade, uma oferta significativa de fornecimento de potência elétrica a partir de térmicas a biomassas.
São unidades geradoras com caldeiras e turbinas a vapor, equipamentos que precisam de rampas de acionamento e desligamento adequadas. Isso porque elas têm tempos diferentes para alcançarem a potência máxima.
A Cogen aponta que os motivos apontados na nota técnica do MME para justificar a não participação de biocombustíveis estão relacionados somente à geração a partir do biodiesel, o que não justificaria a exclusão das demais fontes. E diz que ainda insistirá, junto ao MME, na inclusão das térmicas a biomassa no certame.
“As termelétricas a biomassas fornecem energia elétrica de forma firme, resiliente e confiável ao setor elétrico brasileiro, de forma a já prover potência elétrica ao Sistema Interligado Nacional”, argumenta a associação.
