O presidente Lula afirmou neste sábado (2/12) que o Brasil vai pautar na Opep+ a importância de superar a política de combustíveis fósseis, para que os países que ganham dinheiro com essa política possam investir na energia do futuro, a energia verde.
Lula está em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com uma grande comitiva do governo brasileiro, para participar da 28ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que faz parte da comitiva, defendeu que o país use a renda petrolífera para fazer transição energética.
“Vamos liderar países produtores de petróleo para acelerar a transição energética. Sob a liderança do presidente @LulaOficial queremos usar as receitas do petróleo para financiar energia limpa e renovável”.
O Brasil vai participar não da OPEP, mas da OPEP+. Vamos pautar a importância de superar a política de combustíveis fósseis, para que os países que ganham dinheiro com essa política possam investir na energia do futuro, a energia verde. Essa superação é uma vontade, mas o caminho…
— Lula (@LulaOficial) December 2, 2023
O Brasil anunciou nesta quinta-feira (30/11) que vai analisar um convite para aderir à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+). O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou de reunião do grupo e fez elogios ao cartel, que reúne 23 países exportadores de petróleo.
Apesar do tom positivo do ministro, a adesão enfrenta resistências no governo. O país tem até junho para dar uma resposta.
Segundo Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, o Brasil participaria das discussões, mas não teria direito a voto, e nem pode se submeter a cotas.
Na mesma reunião, os países acertaram um corte conjunto de 2,2 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo.
O número, porém, decepcionou o mercado, já que a maior parte é apenas uma extensão do que Arábia Saudita e Rússia já vinham praticando.
Haddad leva plano de transição ecológica
O ministro brasileiro da Fazenda, Fernando Haddad, levou seu plano de transformação ecológica, como uma sinalização de que o Brasil está alinhado com a agenda de descarbonização de grandes economias como Estados Unidos, União Europeia e China – mas também uma estratégia de atrair os recursos que vão financiar essa transição.
Um dos pilares do plano é a mobilização de investimento estrangeiro direto, principalmente de longo prazo – justamente a grande dificuldade de países de renda média e baixa, o Brasil incluído.
Perdas e danos
A COP28 começou nesta quinta (30/11) com um acordo para operacionalizar um fundo de compensação de perdas e danos destinado a países vulneráveis às mudanças climáticas.
A ONU calcula que as 55 economias mais vulneráveis já experimentaram perdas e danos de mais de US$ 500 bilhões nas duas últimas décadas, e esses custos aumentarão substancialmente até 2050.