Política energética

Brasil pautará na Opep+ superação da política para combustíveis fósseis, diz Lula

Presidente está em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para participar da 28ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas

01.12.2023 - Presidente Lula durante sessão de abertura da Presidência da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28). Foto: Ricardo Stuckert / PR
01.12.2023 - Presidente Lula durante sessão de abertura da Presidência da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28). Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula afirmou neste sábado (2/12) que o Brasil vai pautar na Opep+ a importância de superar a política de combustíveis fósseis, para que os países que ganham dinheiro com essa política possam investir na energia do futuro, a energia verde. 

Lula está em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com uma grande comitiva do governo brasileiro, para participar da 28ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. 

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que faz parte da comitiva, defendeu que o país use a renda petrolífera para fazer transição energética. 

“Vamos liderar países produtores de petróleo para acelerar a transição energética. Sob a liderança do presidente @LulaOficial queremos usar as receitas do petróleo para financiar energia limpa e renovável”.

O Brasil anunciou nesta quinta-feira (30/11) que vai analisar um convite para aderir à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+). O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou de reunião do grupo e fez elogios ao cartel, que reúne 23 países exportadores de petróleo.

Apesar do tom positivo do ministro, a adesão enfrenta resistências no governo. O país tem até junho para dar uma resposta.

Segundo Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, o Brasil participaria das discussões, mas não teria direito a voto, e nem pode se submeter a cotas.

Na mesma reunião, os países acertaram um corte conjunto de 2,2 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo.

O número, porém, decepcionou o mercado, já que a maior parte é apenas uma extensão do que Arábia Saudita e Rússia já vinham praticando.

Haddad leva plano de transição ecológica

O ministro brasileiro da Fazenda, Fernando Haddad, levou seu plano de transformação ecológica, como uma sinalização de que o Brasil está alinhado com a agenda de descarbonização de grandes economias como Estados Unidos, União Europeia e China – mas também uma estratégia de atrair os recursos que vão financiar essa transição.

Um dos pilares do plano é a mobilização de investimento estrangeiro direto, principalmente de longo prazo – justamente a grande dificuldade de países de renda média e baixa, o Brasil incluído.

Perdas e danos

A COP28 começou nesta quinta (30/11) com um acordo para operacionalizar um fundo de compensação de perdas e danos destinado a países vulneráveis às mudanças climáticas.

A ONU calcula que as 55 economias mais vulneráveis já experimentaram perdas e danos de mais de US$ 500 bilhões nas duas últimas décadas, e esses custos aumentarão substancialmente até 2050.