O superintendente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Luciano Lobo, informou nesta quinta-feira (17/7), que a agência disse na quarta-feira (16/7) aos funcionários que vai fechar as portas durante três dias por semana, para economizar recursos e tentar chegar até o final do ano.
“A ANP está passando pela pior crise dos últimos 20 anos. Sou concursado há 20 anos e nunca vi uma crise tão grave”, disse Lobo ao abrir o terceiro dia do seminário Energia 360 Alagoas, promovido pela Origem Energia, em Maceió.
“Ontem [quarta], a ANP comunicou que vai fechar as portas por três dias na semana para economizar recursos, para tentar chegar ao final do ano. Vai apagar as luzes“, afirmou o servidor, pedindo ajuda às associações presentes ao evento para tentar reverter a situação.
A crise na agência reguladora, que também vem sendo percebida em outras similares, é consequência de sucessivos cortes de orçamento. Diante da limitação de recursos, a ANP já cortou a fiscalização da qualidade de combustíveis e reduziu a pesquisa de preços nos postos de abastecimento, entre outras medidas.
Falta de verba impede atendimento e fiscalização
A ANP reduziu nesta semana os serviços de atendimento ao público e atividades de fiscalização como reflexo do corte de R$ 35 milhões em seu orçamento aprovado em junho, que caiu de R$ 140 milhões para R$ 105 milhões.
Desde 15 de julho, o canal de atendimento telefônico (0800) está suspenso por falta de contrato com a prestadora, e o protocolo do escritório central, no Rio de Janeiro, passará a funcionar com expediente reduzido, das 8h às 17h, a partir de 28 de julho.
Entre as atividades interrompidas estão o principal instrumento de fiscalização de derivados líquidos — o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) — e o levantamento semanal de preços — único indicador oficial disponível sobre o tema no país.
A agência também demitiu 41 funcionários terceirizados.
Com informações do Estadão Conteúdo.