Energia solar

Aneel adia regulamentação de parte do marco da geração própria de energia

Relator pediu mais tempo para análise de contribuições recebidas nesta terça (31)

Aneel adia regulamentação de marco da geração própria de energia. Na imagem: Hélvio Guerra, diretor da Aneel (Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados)
Hélvio Guerra, diretor da Aneel (Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados)

BRASÍLIA — A diretoria da Aneel retirou de pauta a regulamentação do marco da micro e minigeração distribuída, adiando a definição sobre como será a cobrança dos custos associados à transmissão de energia.

A votação estava marcada para a reunião desta terça (31/1), após apresentação dos resultados da consulta pública feita pela agência, mas foi adiada pelo diretor Hélvio Guerra, relator da matéria.

Segundo Guerra, o objetivo é analisar as contribuições às propostas apresentadas pelos agentes do setor.

Cerca de 20 empresas e associações fizeram sustentações orais na reunião de hoje.

A Absolar (associação da indústria de energia solar) avalia como positiva a retirada de pauta.

“A sensação é de que a decisão trouxe mais espaço para que haja diálogo e construir melhores entendimentos em relação aos pontos críticos do texto. É um volume pequeno de pontos críticos, mas são pontos importantes”, comenta Rodrigo Sauaia, presidente executivo da associação.

Ele acredita que esses pontos possam ser trabalhados durante a semana até chegar a um texto que “contribua para o avanço continuado da geração própria de energia renovável”.

Mais prazo

No final do ano passado, o setor tentou via Congresso prorrogar por seis meses o prazo de transição para quem gera a própria energia se beneficiar das regras atuais, mais vantajosas para a micro e minigeração distribuída.

Pela Lei 14.300/2022, quem instalou painéis e pediu conexão à rede até 6 de janeiro de 2023 ainda se enquadra nas isenções, até 2045.

Já quem resolver entrar para a GD este ano passará a pagar encargos da ordem de 15% sobre a energia injetada na rede, para compensar os custos de distribuição que hoje são rateados pelo restante dos consumidores na conta de luz.

A prorrogação foi proposta no PL 2703/2022, aprovado em dezembro pela Câmara dos Deputados, mas não conseguiu ser apreciada pelo Senado a tempo. Com o retorno dos trabalhos legislativos nesta semana, a matéria pode voltar à pauta.

O setor de geração distribuída — entre eles a Absolar — defende o tempo adicional em razão do descumprimento do prazo legal pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) para estabelecer diretrizes para o cálculo dos benefícios — e não apenas das despesas — associadas à descentralização da geração.

Segundo cálculos do setor, os benefícios sistêmicos da GD são positivos para todos os consumidores. Associações de consumidores, por sua vez, pleiteiam o fim dos benefícios implícitos na conta de energia.

A equipe de transição do novo governo Lula (PT) propôs ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a criação  de um programa social para disseminar a geração distribuída entre populações vulneráveis, com acesso à energia renovável de baixo custo. O principal foco é a energia solar.