A importância da segurança energética para a China não deve ser minimizada mesmo que a tendência econômica atual aponte tanto para um crescimento desacelerado, orientado para o setor de serviços e bens com valor tecnológico mais elevado, quanto para o financiamento da transição energética, com foco na redução da intensidade energética e na substituição gradual do carvão.
Em geral, para o setor energético, a abertura da China para o mundo e a maior integração no mercado internacional, incluindo sua inserção na Organização Mundial do Comércio, em 2001, têm impulsionado o governo a atrair investimentos privados, com medidas para apoiar a competição entre companhias de energia e o maior acesso de pequenas empresas ao mercado, reduzir o controle de preços em prol de um modelo baseado no mercado, agilizar o processo de aprovação de novos projetos e aprimorar a infraestrutura de transmissão de energia entre as áreas de oferta e os centros de demanda (EIA).
Ainda assim, fluxos de investimentos externos não são imediatos, considerando-se que as companhias chinesas dispõem dos melhores ativos, a qualidade reduzida dos hidrocarbonetos na China e os riscos para desenvolver os não-convencionais, como o óleo e o gás de folhelho ainda inexplorados.
A coluna Petropolítica é produzida por Fernanda Delgado, professora e pesquisadora da FGV Energia.