Congresso

PL das eólicas offshore pode ser votado em agosto no Senado

Projeto ainda carece de acordo em razão de emendas, mas entrou em ‘fila’ deixada para depois do recesso 

PL que estabelece o marco regulatório das eólicas offshore pode ser votado em agosto no Senado. Na imagem: Ireneu Orth fala, à tribuna do Plenário do Senado, durante sessão para discutir o PL 2308-2023 do marco do hidrogênio, em 19/6/2024 (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)
Plenário manteve as diretrizes sobre biometano e diesel verde previstas no parecer do relator. (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)

BRASÍLIA – O colégio de líderes do Senado decidiu incluir o marco das eólicas offshore na ‘fila’ dos projetos que podem ser votados no retorno dos trabalhos, em agosto. O Congresso Nacional entrará em recesso no dia 18 de julho.

O requerimento de urgência de Ireneu Orth (PP/RS), para tentar garantir a votação do PL antes do início do recesso parlamentar, contudo, ainda não conseguiu reunir as assinaturas necessárias. “Não temos assinatura registrada até o momento, nem previsão de inclusão em pauta”, informou o gabinete do senador.

O relator do projeto, Weverton Rocha (PDT/MA), não participou da reunião de líderes. O Senado volta a se reunir nas semanas de 6 e 13 de agosto.

O Senado Federal decidiu priorizar, antes do recesso, o projeto que trata da compensação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores e municípios. O Congresso Nacional precisa encontrar recursos para bancar a conta até 10 de agosto, segundo uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Indústrias pedem urgência

Entidades que representam os setores de energia do Rio Grande do Sul e do Ceará, Sindienergia/RS e Sindienergia/CE, além da federação de indústrias cearense Fiec e o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) procuraram Orth para manifestar apoio à urgência.

“O Congresso Nacional assumiu o protagonismo desde agosto de 2022, proporcionando gerando ansiedade não somente de investidores nacionais e internacionais, mas principalmente da sociedade gaúcha, tão carente de investimentos urgentes que possam contribuir para a reconstrução do estado do Rio Grande do Sul”, diz a entidade do estado.

Há 234 GW de potência em projetos protocolados no Ibama. Nem todos serão, de fato, desenvolvidos e a indicação de interesse pelas áreas ocorre porque o órgão ambiental se antecipou, criando bases para os futuros licenciamentos.

O Rio Grande do Sul é o estado que acumula a maior potência nos projetos, totalizando 70 GW. O Ceará vem em segundo, com 64 GW.

As eólicas offshore entraram na ‘pauta verde’, um conjunto de políticas industriais ligadas à cadeia de energias renováveis. Apenas o hidrogênio seguiu para sanção antes do recesso.

O próprio Planalto pediu prioridade ao Congresso Nacional no início do ano. O governo diz ser contra todas as emendas e o senador Weverton Rocha já indicou que o projeto não deve andar enquanto não se discutir um acordo.

Para que o texto siga direto para sanção presidencial, é preciso manter a proposta que veio da Câmara, com todas as emendas – que beneficiam térmicas a carvão, a gás natural, PCHs e outras medidas.

O requerimento de urgência partiu de agentes que atuam no setor eólico e temem desperdiçar a janela de oportunidade para atrair investimentos no offshore.