RIO — A PetroReconcavo acredita que o mercado brasileiro de campos maduros onshore passará por uma consolidação e está atenta a oportunidades de aquisições de ativos de operadores privados, fora do programa de desinvestimentos da Petrobras — a base de sustentação da expansão da companhia nos últimos anos.
O presidente da PetroReconcavo, Marcelo Magalhães, afirmou nesta quinta-feira (11/8) que a empresa está estruturando uma equipe interna dedicada a monitorar as oportunidades de mercado.
“Naturalmente haverá alguma consolidação, há alguns pequenos produtores com quem podemos agregar valor”, comentou, durante teleconferência com investidores.
O foco da petroleira, segundo ele, continuará sendo a busca de ativos maduros em terra no Brasil, mas a empresa não descarta entrar na produção offshore, em águas rasas, ou eventualmente buscar oportunidades no exterior.
“Para além do nosso core business [campos maduros onshore], seja em águas rasas, seja em ativos fora do Brasil, temos uma visão mais oportunística. Se em algum momento entendermos que se trata de uma oportunidade, que devemos ir além do nosso core business, estamos nos preparando para isso”, disse o executivo.
Olho também na oferta permanente e Urucu
Segundo ele, a diretoria e conselho de administração da petroleira já têm mantido conversas sobre uma eventual diversificação de negócios.
Magalhães conta também que a PetroReconcavo está atenta a oportunidades de aquisição de ativos exploratórios, por meio da oferta permanente — mecanismo de contratação sob demanda da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
“Nas bacias maduras, em áreas contíguas às operadas pela companhia, podem haver ativos exploratórios interessantes”, disse.
O principal foco da PetroReconcavo, neste momento, está na negociação pela aquisição do Polo Bahia Terra, conjunto de campos terrestres da Petrobras.
A empresa chegou a apresentar uma oferta em parceria com a Eneva pelo ativo, mas a operação foi judicializada pela Águila Energia e as conversas com a estatal estão suspensas.
Magalhães disse que a petroleira também tem interesse no Polo de Urucu (AM), se a Petrobras relançar o processo de desinvestimento do ativo no mercado.
No início do ano, a estatal e a Eneva encerraram, sem sucesso, as negociações em curso.
“Parece-nos natural que Urucu venha ao mercado [novamente] e temos plano de olhar de forma mais profunda do que fizemos na última vez, seja sozinho, seja em parceria”, comentou.
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