RIO — A PetroReconcavo, por meio das subsidiárias SPE Miranga S.A. e Potiguar E&P, assinou contrato com a Cegás para fornecimento de 30 mil m³/dia à distribuidora cearense de gás canalizado.
O acordo inclui a possibilidade de suprimento de volumes adicionais, nas mesmas condições comerciais, e é válido por um ano a partir do início de fornecimento — sujeito, por sua vez, à contratação dos serviços de transporte junto a Transportadora Associada de Gás (TAG).
Segundo a PetroReconcavo, a contratação de volumes adicionais ocorrerá de acordo com o interesse das partes e disponibilidade das infraestruturas necessárias ao processamento e transporte do gás até os pontos de entrega.
A petroleira informou que o preço do gás, previsto em contrato, está atrelado à cotação do barril de petróleo do tipo Brent.
A Cegás se torna a quarta cliente do gás da PetroReconcavo. A companhia, especializada na operação de campos maduros, tem contratos com outras três concessionárias diferentes, sendo o principal deles com a Bahiagás (BA).
O acordo com a distribuidora baiana prevê a entrega de 600 mil m³/dia no segundo semestre de 2022, mas com uma curva ascendente até chegar a 1,1 milhão de m³/dia entre 2024 e 2025 e 1 milhão de m³/dia em 2026.
Com a Potigás (RN), a empresa tem compromisso de 236 mil m³/dia até o fim de 2023; e, com a PBGás (PB), para 80 mil m³/dia em 2022 e 100 mil m³/dia em 2023.
Atualmente, já são ao menos dez os novos fornecedores de gás com contratos assinados com as distribuidoras e clientes industriais livres no processo de abertura da indústria de gás do país.
Cegás busca diversificar fornecedores
Além da PetroReconcavo, a distribuidora cearense selecionou a Galp Energia e a Shell Energy para avançar nas negociações finais para contratação de até 600 mil m³/dia de gás natural.
Em litígio com a Petrobras, a concessionária busca supridores para entrega de gás já a partir do segundo semestre deste ano.
Para a Cegás, encontrar novos supridores é uma prioridade. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou, em março, uma liminar que impedia a Petrobras de elevar os preços do gás natural vendido à distribuidora.
Assim como as outras distribuidoras que entraram na Justiça para reduzir os preços do gás comprados da Petrobras, a Cegás vinha negociando novos termos contratuais com a petroleira: um prazo estendido de quatro para nove anos, em troca de uma redução na indexação do valor do Brent, de 16,75% para menos de 13%.
As negociações, porém, foram interrompidas em maio, em razão do corte de 30% no fornecimento de gás da YPFB, da Bolívia, para a Petrobras — o que pode levar a uma participação maior de GNL importado, e mais caro, na formação dos preços no Brasil.