Internacional

TotalEnergies avalia investir US$ 9 bi no Suriname, próximo à Margem Equatorial do Brasil

Petroleira francesa anunciou projeto de 200 mil barris/dia de óleo e gás no litoral do país sulamericano

Petroleira francesa TotalEnergies avalia investir US$ 9 bilhões no Suriname, próximo à Margem Equatorial do Brasil. Na imagem: CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, durante o World Economic Forum 2020 (Foto: Sikarin Fon Thanachaiary/WEF)
CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné (Foto: Sikarin Fon Thanachaiary/World Economic Forum)

RIO – A TotalEnergies anunciou nesta quarta (13/9) a intenção de investir US$ 9 bilhões num projeto de produção de petróleo no Suriname, país vizinho ao Brasil e cuja geologia guarda semelhanças com a Margem Equatorial brasileira. Os campos ficam a cerca de mil quilômetros da Foz do Amazonas.

Os estudos detalhados de engenharia (FEED) do projeto começarão este ano e a decisão final de investimento está prevista para o fim de 2024. A meta da companhia é que o primeiro óleo seja produzido em 2028.

A petroleira prevê instalar um FPSO (plataforma flutuante) a 150 km da costa do Suriname, com capacidade de produção de petróleo de 200 mil barris por dia.

A TotalEnergies é a operadora do Bloco 58, com uma participação de 50%, ao lado da APA Corporation (50%).

A avaliação das duas principais descobertas de petróleo – Sapakara South e Krabdagu – foi concluída em agosto.

As descobertas têm recursos combinados de cerca de 700 milhões de barris, em lâmina d’água de 100 a 1.000 metros.

Transpetro prepara entrada no Suriname

A subsidiária da Petrobras planeja se internacionalizar e o primeiro passo nessa direção será dado ainda em 2023, disse o presidente da companhia, Sérgio Bacci, no mês passado. O executivo afirma que a Transpetro está perto de assinar o primeiro memorando de intenções internacional, com a Staatsolie, estatal do Suriname.

O país, na visão da companhia, deve abrir também as portas para a vizinha Guiana, que também explora a Margem Equatorial.

“A Margem Equatorial começa no Brasil, mas passa pela Guiana, Guiana Francesa, Suriname. Esses países não têm know how (experiência) com exploração e produção de petróleo”, afirmou Bacci.

A própria Petrobras já manifestou, este ano, interesse em entrar na exploração e produção de óleo e gás no Suriname.

O interesse da petroleira brasileira nos vizinhos Suriname e Guiana se dá, justamente, pela proximidade geográfica e geológica com a Margem Equatorial brasileira – nova fronteira exploratória na qual a estatal pretende investir quase US$ 3 bilhões até 2027, segundo o atual plano de negócios, em reformulação, mas que esbarra em entraves no licenciamento ambiental.

De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Margem Equatorial brasileira possui modelo geológico similar aos casos de sucesso na Guiana e Suriname. A expectativa é que o potencial petrolífero dos países vizinhos se estenda até o Brasil.

A região começou a despertar a atenção da indústria após descobertas na costa de Gana, em 2007. O oeste do continente africano possui evolução geológica análoga ao da Margem Equatorial sul-americana.

A TotalEnergies, inclusive, foi a empresa que mais investiu na aquisição de blocos exploratórios na Bacia Foz do Amazonas, na 11ª Rodada da ANP, de 2011. A empresa desistiu de explorar a região depois de tentativas fracassadas de obter a licença do Ibama.