Internacional

Reservas de petroleiras de capital aberto caem no mundo; Petrobras vai na contramão

Saída de empresas da Rússia afetou reposição de reservas segundo a agência de informações em energia do Departamento de Estado americano

Reservas de petroleiras de capital aberto caem no mundo; Petrobras vai na contramão. Na imagem: FPSO Espírito Santo, no Parque das Conchas, operado pela Shell na Bacia de Campos (Foto: Roberto Rosa/Shell)
FPSO Espírito Santo, no Parque das Conchas, operado pela Shell na Bacia de Campos (Foto: Roberto Rosa/Shell)

RIO – As reservas provadas de petróleo e gás natural, mantidas pelas empresas públicas (aquelas de capital aberto), caíram 2% no mundo em 2022, de acordo com levantamento da Agência de Informações em Energia do Departamento de Estado americano (EIA, na sigla em inglês). Isso representa uma perda de 5,6 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).

De acordo com a EIA, o declínio foi impulsionado, principalmente, pela saída de importantes companhias  – em especial a bp e TotalEnergies – da Rússia, em resposta à invasão à Ucrânia.

O impacto da saída dessas empresas da Rússia foi de cerca de 12 bilhões de boe sobre as reservas.

A EIA leva em consideração os dados de 187 companhias do setor, dentre elas a própria Petrobras – que, no sentido contrário, aumentou em 6% as suas reservas provadas no ano passado.

Essa amostragem representa cerca de metade da produção de petróleo por empresas não pertencentes à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em 2022.

O declínio das reservas das petroleiras de capital aberto se contrapõe, aliás, ao aumento das reservas  recuperáveis de petróleo no mundo, como um todo, em 2022, de 52 bilhões de barris (ou 3,3%), como estima a Rystad Energy – incluídos aí também o desempenho das companhias estatais (NOCs).

No Brasil, a alta foi de 12,2% no ano passado, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Petroleiras melhoram finanças

Do ponto de vista financeiro, por outro lado, o levantamento da EIA revela um ano positivo para as companhias, em meio à alta dos preços do petróleo no mercado internacional.

O caixa operacional das empresas mapeadas aumentou de cerca de US$ 600 bilhões em 2021 para US$ 810 bilhões em 2022 – o maior patamar anual desde pelo menos 2013, início da série história da EIA.

As petroleiras analisadas também reduziram a dívida líquida em US$ 117 bilhões em 2022; e bateram recorde de US$ 95 bilhões em recompra de ações, ampliando, assim, a remuneração aos acionistas.