Os preços do petróleo no mercado futuro caíram 8% na semana – praticamente igualando a queda da sessão anterior e terminando um rali de seis semanas – depois de se estabelecerem com preços mistos na sexta-feira.
É um sinal de que o mercado pode finalmente estar prestando atenção nos estoques recordes de petróleo bruto e produtos como o diesel nos EUA, fato que os fundos de hedge e outros investidores otimistas de petróleo ignoraram por semanas.
“Acho que parte dos CTA que vimos entrar no mercado de energia nas últimas semanas podem ter saído ontem”, afirma Scott Shelton, corretor do ICAP em Durham, sobre os fundos de hedge.
“Talvez possamos ter mais para vender, já que o tamanho da liquidação geralmente resulta em alguns sistemas de derrapagem que entram em ação e decidem esperar um dia para vender. Se os preços enfraquecerem novamente, eu espero ver alguns CTAs ‘alcançarem’ o ponto de venda”.
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Brent recua 8,4% na semana
O West Texas Intermediate, referência para o petróleo bruto dos EUA negociado em Nova York, subia 8 centavos de dólar, ou 0,2%, a US$ 36,42 por barril às 17h10 (horário de Brasília).
O Brent, negociado em Londres, referência mundial em petróleo, ganhava 33 centavos de dólar, a US$ 38,88.
Na semana, o WTI perdeu 8,3%, enquanto o Brent perdeu 8,4%.
Foi a primeira semana de perdas nos preços do petróleo após seis semanas de ganhos. Neste período, o WTI subiu em até 300% em um momento e o Brent em 170% a partir de abril.
A queda média de 8% de quinta ocorreu em meio a temores de uma segunda onda de infecções por coronavírus nos Estados Unidos. Isso foi seguido de indicações do Federal Reserve de que a economia poderia sofrer mais dois anos pelo menos por causa da pandemia.
Além das preocupações dos investidores em petróleo há os estoques de petróleo bruto comerciais dos EUA, que cresceram 5,72 milhões de barris na semana passada, segundo dados da Administração de Informação de Energia.
“Esse aumento agora faz com que os estoques comerciais totais de petróleo bruto dos EUA fiquem em 538 milhões de barris, ultrapassando os níveis vistos no início de 2017 e, de fato, o nível mais alto desde 1982”, disse o ING em uma nota de pesquisa.
Tão surpreendentes quanto os estoques brutos foram os estoques de destilados liderados pelo diesel. Estes subiram 1,6 milhão de barris na semana passada, elevando os estoques para quase 53 milhões de barris nas últimas nove semanas.