OSLO — A ANP acredita que pode começar a licitar áreas do regime de partilha do pré-sal, no modelo de oferta permanente, no segundo semestre. O edital e a minuta dos contratos já passaram por audiência pública no fim de março.
“Essa é a ideia. Confiando que a manifestação aconteça logo que a oportunidade abrir, estamos trabalhando dentro do calendário mais curto possível para abrir essa oportunidade até o final do ano”, afirmou o diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, ao político epbr, nesta terça-feira (05/04). Saboia participa da Nor-Shipping 2022, em Oslo, Noruega.
A oferta permanente é um mecanismo de licitação sob demanda: a ANP oferece ao mercado um cardápio de ativos que ficam permanentemente disponíveis para que as petroleiras manifestem interesse a qualquer momento.
Petrobras mira, ao menos, dois blocos
Dentre os ativos colocados no modelo de oferta permanente, estão áreas que seriam ofertadas em rodadas regulares, nos próximos anos, e blocos que não receberam lances em leilões passados.
A lista inclui os blocos de Ágata, Água Marinha, Esmeralda, Jade, Turmalina e Tupinambá, todos eles da Bacia de Santos e que seriam ofertados nas 7ª e 8ª rodadas de partilha.
O cardápio de áreas disponibilizadas para a oferta permanente também inclui blocos que sobraram de rodadas passadas: Itaimbezinho (4ª rodada, na Bacia de Campos), Norte de Brava (6ª rodada, Campos), Bumerangue, Cruzeiro do Sul e Sudoeste de Sagitário (6ª rodada, Santos).
Leilão na próxima semana
No dia 14 de abril, a ANP realiza o 3º ciclo da oferta permanente de concessão. As petroleiras manifestaram interesse, em sua maior parte, por setores onshore.
Serão leiloados áreas nas bacias terrestres do Espírito Santo (2 setores), Potiguar (4), Recôncavo (3), Sergipe-Alagoas (2) e Tucano (1). No offshore, serão oferecidos setores de águas profundas em Santos e Pelotas, um por bacia.
- Na epbr: Oferta permanente terá 379 blocos exploratórios Próximo ciclo terá 347 blocos terrestres e 32 offshore, em seis bacias; veja os mapas
Saboia afirma que a expectativa é positiva para as ofertas permanentes — modelo que, segundo ele, tem se mostrado mais adequado para a aquisição de área exploratória pelo mercado. O desafio, contudo, é vencer a resistência por investimentos em nova fronteira para produção de óleo, em razão de pressões climáticas.
“O Brasil certamente é destaque. Isso não tenho dúvida, eu ouço de várias companhias. O que que acontece? As companhias estão muito reticentes em investir em novas fronteiras, andam muito influenciados pela orientação ambiental – eu não vejo problema nenhum nisso, ao contrário, tem que ser assim. Mas o que acontece é que isso está provocando uma restrição da oferta [de capital]… Isso faz com que a gente tenha que ser mais competitivo. Porque, como as empresas estão mais seletivas, temos que buscar o investidor, tem que ser atraente. A oferta permanente é um movimento para isso”, disse Saboia.
O jornalista viajou a convite da Innovation Norway
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- Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
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