PetroRio prevê investir US$ 150 milhões, de imediato, em Albacora Leste

RIO — A PetroRio prevê investir, de imediato, cerca de US$ 150 milhões no campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos, nos 18 primeiros meses de operação do ativo.

O objetivo dos aportes, num primeiro momento, será garantir a integridade dos ativos e aumentar a eficiência operacional da concessão.

A PetroRio anunciou, na semana passada, a aquisição de 90% do campo, em águas profundas da Bacia de Campos. A empresa pagará à Petrobras até US$ 2,2 bilhões pelo ativo.

A produção média diária de Albacora Leste no primeiro trimestre foi de 25,4 mil barris diários de petróleo. Com esses volumes, o ativo pode representar um aumento de 71,4% na produção de petróleo da PetroRio. De acordo com dados da ANP, a empresa produziu cerca de 32 mil barris/dia no primeiro trimestre, nos campos de Frade, Polvo e Tubarão Martelo, na Bacia de Campos.

Num segundo momento, a partir dos 18 primeiros meses de operação, a companhia pretende iniciar um plano de redesenvolvimento de Albacora Leste.

A ideia é perfurar oito novos poços produtores, sendo dois no pré-sal e seis no pós-sal, além de um novo poço injetor. A empresa estima que cada poço demandará investimentos de US$ 70 milhões a US$ 75 milhões. Ou seja, o projeto de perfuração, na íntegra, pode chegar a US$ 675 milhões.

O presidente da PetroRio, Roberto Monteiro, afirmou nesta quinta-feira (5/5) que a campanha de perfuração em Albacora Leste e o projeto de revitalização de Frade serão conduzidos dentro de um portfólio único. A intenção é usar apenas uma sonda de perfuração para os serviços nos dois campos.

A PetroRio também pretende fazer o descomissionamento antecipado de cinco poços produtores e um injetor de Albacora Leste até 2027, ao custo de US$ 15 milhões por poço.

• PetroRio espera iniciar plano de revitalização de Frade nos próximos dias Empresa obteve licença de operação do Ibama e mobiliza sonda (Norbe VI) para campanha de perfuração

PetroRio também negocia compra de Albacora

Além de Albacora Leste, a empresa negocia com a Petrobras a aquisição também do campo vizinho: Albacora, que produz cerca de 10 mil barris/dia.

Monteiro disse que as discussões com a estatal sobre as condições contratuais se resumem, hoje, ao valor da transação. A expectativa é que maio seja um “mês importante” para o avanço das conversas.

“O que estamos discutindo é valor. Forno [descoberta no pré-sal, localizada dentro da área de concessão de Albacora] é maior do que nós e a Petrobras imaginávamos”, disse o executivo, durante teleconferência com analistas e investidores.

Segundo ele, a descoberta não chega a ser tão grande quanto aos campos gigantes do pré-sal, mas o aprofundamento dos estudos sobre Forno demandou a revisão da proposta por Albacora.

Questionado se a companhia pretende manter o foco nas aquisições, num eventual fracasso na compra da concessão, Monteiro afirmou que a petroleira “trabalha firme” para avançar com o negócio, mas que o crescimento via aquisições é parte do “DNA da PetroRio” e que a companhia vê espaço para outras transações no futuro.

“A ideia não é parar, é continuar [com o crescimento]”, comentou.

Ele mencionou que Albacora é, hoje, o negócio “mais latente” na carteira de possíveis aquisições e classificou como rumor de mercado uma possível compra da Dommo Energia (ex-OGX) — embora a PetroRio veja com interesse uma eventual oportunidade de aquisição da fatia da antiga petroleira de Eike Batista no campo de Tubarão Martelo.