Balança comercial

Petróleo responde por mais da metade do superávit na balança comercial de agosto

Foi o primeiro mês com a aplicação das tarifas de 50% dos Estados Unidos a diversos produtos brasileiros

FPSO P-76, operado pela Petrobras, iniciou produção no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, em fevereiro de 2019 (Foto Agência Petrobras)
FPSO P-76, operado pela Petrobras, iniciou produção no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, em fevereiro de 2019 (Foto Agência Petrobras)

BRASÍLIA — A balança comercial brasileira para petróleo bruto teve um saldo positivo de US$ 3,45 bilhões em agosto, representando mais da metade do superávit total para o mês. Comparado ao mesmo período de 2024, é um ganho de 15,52%, ou US$ 463,6 milhões.

Já para óleos combustíveis de petróleo, houve déficit de US$ 133 milhões no período, menor do que o registrado em 2024, quando o saldo foi negativo em US$ 259,7 milhões.

No total, a balança fechou com superávit de US$ 6,13 bilhões, com forte crescimento de óleos brutos de petróleo e minerais betuminosos (18%) na indústria extrativa. Exportações de óleos combustíveis de petróleo caíram 18,1%.

Assim como houve significativo aumento nas vendas, as compras de petróleo bruto de outros países cresceu 30,1% na comparação anual, assim como a de gás natural (85,3%). Importações de óleo combustível de petróleo caíram 23,5%.

Apesar do significativo aumento em agosto, no acumulado do ano, exportações de petróleo bruto registram baixa de 4,9%, enquanto óleos combustíveis têm queda de 11,9%.

As importações desses produtos também registram baixa no acumulado de 2025, com redução de 23,1% para óleo bruto, 8,6% para óleos combustíveis e 13,6% para gás natural.

Primeiro mês com a aplicação das tarifas de 50% por parte dos Estados Unidos para diversos produtos brasileiros, a balança comercial com o país norte-americano resultou num déficit de US$ 1,23 bilhão. O petróleo está isento das taxas.

O mês registrou uma queda de 18,5% no volume total de exportações para os EUA. Os dados não foram detalhados por produto, mas um dos motivos da redução veio do minério de ferro, que apresentou uma queda de 100%, com nenhuma exportação para os Estados Unidos ao longo do mês.

O diretor de estatística e estudos de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Herlon Brandão, associa a queda à antecipação nas vendas, em julho, antes do início do tarifaço aplicado pelo governo de Donald Trump.

“Atribuo isso muito à antecipação que ocorreu em julho, quando houve uma carta no dia 9 de julho afirmando que as tarifas iam aumentar em 50% para o Brasil e isso gerou incerteza entre os exportadores e tivemos crescimento das exportações para os Estados Unidos de 7%”, explicou.

Segundo o MDIC, as exportações, no mês de agosto, apresentaram crescimento expressivo de 11% para o Reino Unido, de 43,82% para o México; de 40,37% para a Argentina; de 31% para a China e de 58% para a Índia.

As maiores quedas registradas foram de 43,8% para a Bélgica; de 31,3% para a Espanha; de 30,44% para a Coreia do Sul e de 17,1% para Singapura.

*Com informações da Agência Brasil

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