Petróleo

Petróleo recua pela 8ª sessão consecutiva, com tarifas, dados chineses e Opep+ no radar

Aversão a riscos, dados fracos da China e tensões geopolíticas pressionam preços; mercado observa postura da Opep+ e impacto de ataques na Rússia e Iraque

Cavalos-de-pau para exploração terrestre no campo de Cat Canyon, em Santa Maria, na Califórnia (EUA) em operação de petroleira independente (Foto Divulgação)
Exploração terrestre no campo de Cat Canyon, em Santa Maria, na Califórnia/EUA | Foto Divulgação

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa próxima de 2% nesta segunda-feira (27/1) em sua oitava queda consecutiva, pressionados por uma aversão a riscos no mercado. A sessão contou com uma liquidação de ações ligadas à tecnologia, temores por novas tarifas de Washington após as ameaças do presidente Donald Trump contra a Colômbia, além de indicadores industriais mais brandos que o esperado na China.

Investidores observaram ainda as perspectivas para a postura da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), com renovados sinais de uma manutenção da postura do grupo por agora.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março fechou em queda de 2% (US$ 1,49), a US$ 73,17 o barril, enquanto o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 1,77% (US$ 1,37), a US$ 76,18 o barril.

Os preços do petróleo bruto subiram até 20% entre meados de dezembro e o meio de janeiro, mas vem em um ritmo de queda, e estendeu o recuo nesta sessão, também atingido por outro conjunto de números suaves do PMI da China, aponta Ipek Ozkardeskaya, analista sênior do Swissquote Bank.

Nesta segunda-feira (27), a Bloomberg publicou que os traders do mercado de petróleo esperam que a Opep+ mantenha a sua atual política de abastecimento numa reunião de revisão na próxima semana, resistindo à pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para abrir as torneiras e reduzir os preços do petróleo.

É pouco provável que a aliança liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia se desvie do seu atual roteiro, que prevê a continuação das restrições à oferta neste trimestre, antes de as reduzir gradualmente a partir de abril, de acordo com todos, exceto um, dos 15 traders e analistas consultados pela Bloomberg. Vários delegados da Opep+ disseram o mesmo em privado.

Enquanto isso, a Reuters divulgou que a refinaria de petróleo de Ryazan, na Rússia, interrompeu as operações após um ataque de drones da Ucrânia no fim da semana passada.

De acordo com fontes, o armazenamento do óleo foi incendiado e, dentre os equipamentos danificados, estavam uma estrutura de carga ferroviária e uma unidade de hidrotratamento usada para remover impurezas de produtos refinados.

Já a Bloomberg divulgou que a produção de petróleo no campo de Rumaila, no Iraque, foi reduzida em 300 mil barris por dia após um incêndio na estação DS5 na semana passada. Segundo Mohammed Al-Najjar, representante do Iraque na Opep, ainda não há prazo definido para a recuperação completa dos níveis anteriores, que eram de 1,2 milhão de barris por dia.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias