Os contratos futuros de petróleo inverteram o sinal e fecharam a quarta-feira (9/4) em alta após o presidente americano, Donald Trump, anunciar uma pausa de 90 dias, com vigência imediata, na aplicação das tarifas recíprocas de importação para os países que não retaliaram os Estados Unidos.
Antes do anúncio, os preços da commodity caiam para os níveis mais baixos em mais de quatro anos.
Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para junho avançou 4,23% (US$ 2,66), alcançando US$ 65,48 o barril, enquanto o petróleo WTI para maio, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), subiu 4,65% (US$ 2,77), fechando a US$ 62,35 o barril.
O mercado financeiro deu uma guinada no meio da tarde, após a pausa das tarifas recíprocas, mesmo com o anúncio de majoração da sobretaxa para a China a 125%. Mais cedo, o petróleo seguia punido pela expectativa de erosão da demanda em meio ao cenário incerto para crescimento.
“Ainda há muitos fatores em movimento neste momento e, por ora, mantemos nossa projeção de fim de ano em US$ 70 por barril para o Brent”, afirmou David Oxley, economista-chefe de Clima e Commodities da Capital Economics, em comentários que antecederam a pausa das tarifas recíprocas nesta quarta (9).
As crescentes tensões comerciais entre os EUA e a China aumentaram os temores de uma possível recessão, que pesaria sobre a demanda por combustíveis, avalia em nota George Pavel, da Naga.com.
No entanto, a queda nos preços pode levar a uma redução na produção por parte dos produtores de xisto nos EUA, “particularmente porque o aumento dos custos de produção — agravado pelas tarifas sobre aço e equipamentos — ameaça a lucratividade”, acrescenta.
Por Pedro Teixeira, especial para o Broadcast.