Semana de alta no petróleo

Petróleo fecha misto, com adiamento de decisão sobre EUA no Oriente Médio, e sobe na semana

Brent sobe 2,33%, a US$ 77,01 o barril, — e alta de 2,5% na semana — impulsionado por ameaça iraniana de fechar rota marítima e adiamento de decisão dos EUA

Donald Trump (centro) durante cerimônia de posse de novo assessor sênior e enviado especial da Casa Branca, em Washington, em 6 de maio de 2025 (Foto Oficial Casa Branca
Donald Trump (centro) durante cerimônia de posse de novo assessor sênior e enviado especial da Casa Branca, em Washington, em 6 de maio de 2025 (Foto Oficial Casa Branca

Os contratos futuros de petróleo fecharam sem sinal único nesta sexta-feira (20/6), encerrando uma semana de ganhos para a commodity marcada pela atenção aos desdobramentos do conflito entre Israel e Irã.

A decisão sobre um envolvimento dos Estados Unidos foi adiada, o que ofereceu às cotações, no entanto, a possibilidade de bloqueio do Estreito de Ormuz em caso de acirramento de conflito segue no radar, o que poderia disparar os preços da matéria-prima.

Em Nova York, o petróleo operou em alta na volta do feriado de ontem que manteve os mercados fechados.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para agosto avançou 2,33% (US$ 1,84), a US$ 77,01 o barril, enquanto o petróleo WTI para o mesmo mês, negociado na Nymex, fechou em alta de 0,46% (US$ 0,34), a US$ 73,84 o barril. No acumulado da semana, o Brent subiu 2,5% e o WTI, 3%.

“O cenário mais favorável seria se o conflito se acalmasse após algumas semanas. Isso poderia levar à rápida dissipação dos prêmios de risco e ao retorno dos preços do petróleo aos níveis pré-conflito, que é a nossa hipótese atual”, aponta a Capital Economics.

No entanto, existe um risco claro de que uma nova escalada possa, de forma viável, levar os preços do petróleo a subir para algo em torno de US$ 130-150 por barril, pondera.

Ontem (19/6), houve a ameaça de que o Irã fechará o Estreito de Ormuz se os Estados Unidos e aliados ocidentais se juntarem a Israel no conflito contra o país persa, de acordo com o parlamentar iraniano Seyyed Ali Yazdi Khah.

“Crucialmente, o tempo em que os preços do petróleo permanecerão elevados dependerá de como o conflito para (ou não) ser resolvido. Um cenário possível é que um regime reformista assuma o controle e busque uma reaproximação com o Ocidente, o que poderia até mesmo fazer com que os preços da energia se estabilizassem mais baixos do que antes”, cogita a consultoria.

No entanto, existem muitos resultados menos desenvolvidos, em que um conflito duradouro, com riscos prolongados para o transporte marítimo e o comércio de energia, poderiam levar os preços do petróleo a atingir os três dígitos por algum tempo, conclui.

O número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA caiu uma unidade na semana, para 438, de acordo com informações da Baker Hughes, empresa que presta serviços ao setor.

Por Matheus Andrade

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