Os contratos futuros de petróleo fecharam esta quinta-feira (10/3) em queda, em meio a crescentes preocupações de que Estados Unidos e China estejam caminhando para uma guerra comercial. Hoje, a Casa Branca esclareceu que a tarifa de 125% sobre produtos chineses, anunciada na quarta-feira por Donald Trump, substitui a taxa anterior de 84% e se soma aos 20% vigentes antes do “Dia da Libertação”, o que eleva a carga total de tarifas sobre as importações chinesas para 145%.
Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para junho recuou 3,28% (US$ 2,15), alcançando US$ 63,33 o barril, enquanto o petróleo WTI para maio, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), caiu 3,66% (US$ 2,28), fechando a US$ 60,07 o barril.
A guerra comercial contínua entre as duas maiores economias do mundo provavelmente impedirá uma alta mais forte dos preços do petróleo”, afirma Scott Shelton, da TP ICAP. Segundo ele, a pausa de 90 dias na aplicação de parte das tarifas americanas “é um período longo para esperar e ver o que acontece com o restante do mundo e curto demais para que as pessoas invistam em praticamente qualquer coisa, se seus negócios estiverem correlacionados ao mercado de importação e exportação”.
“As tarifas do presidente Trump e o surpreendente aumento da produção de petróleo pela Opep+ [Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados] fizeram os preços do petróleo despencarem nas últimas duas semanas e, apesar da recuperação ontem, eles agora estão abaixo dos níveis de equilíbrio fiscal e externo para muitos produtores de petróleo do Golfo, especialmente a Arábia Saudita”, avalia James Swanston, da Capital Economics.
“Se os preços do petróleo continuarem baixos ou caírem ainda mais, os governos podem ser forçados a fazer apertos mais agressivo em suas políticas fiscais e/ou reavaliar a política de produção de petróleo”, acrescenta.
Nesta quinta-feira (10), o Departamento de Energia (DoE, em inglês) dos EUA reduziu suas expectativas sobre o crescimento da demanda global por petróleo e os preços da commodity neste ano, citando a incerteza quanto aos impactos das tarifas de importação dos EUA e seus efeitos sobre o crescimento econômico.
Por Pedro Teixeira. Com informações da Dow Jones Newswires.