Tensão geopolítica

Petróleo fecha em queda com tarifa adicional dos EUA contra Índia e possíveis sanções à Rússia

Queda do Brent a US$ 66,89 reflete aumento de produção do cartel, temor de sanções à Rússia e tarifa dos EUA sobre Índia

Donald Trump durante reunião bilateral com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, no Salão Oval da Casa Branca, em 13 de fevereiro de 2025 (Foto Oficial Casa Branca)
Primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, durante reunião bilateral com Donald Trump, em 13 de fevereiro de 2025 (Foto Oficial Casa Branca)

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta quarta-feira (6/8), em dia marcado por constantes inversões de sinal da commodity.

Investidores se mantiveram atentos a novos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia, com possibilidade de sanções aos russos ainda na quarta, e às novas tarifas adicionais de 25% dos EUA sobre a Índia, motivadas pela compra de petróleo russo pelos indianos. O óleo ainda é pressionado pelo aumento de produção da Opep+.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para outubro teve baixa de 1,11% (US$ 0,75), a US$ 66,89 o barril, enquanto o petróleo WTI para setembro, negociado na Nymex, recuou 1,24% (US$ 0,81), a US$ 64,35 o barril.

No período da tarde desta quarta (6/8), à medida que o prazo fornecido pelo presidente Donald Trump para se chegar a um acordo de cessar-fogo entre russos e ucranianos, o republicano afirmou que seu enviado especial, Steve Witkoff, teve reunião “altamente produtiva” com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em direção a uma solução para o conflito na Ucrânia.

Segundo a Reuters, a Rússia também planeja aumentar as exportações de petróleo para quase 2 milhões de barris por dia em agosto.

Para a Capital Economics, se a Índia reduzir as compras de petróleo russo em resposta à tarifa extra de 25% dos EUA, os preços globais da commodity podem subir, mas o efeito final dependerá da reação da China, da oferta de outros produtores e da permanência da medida, que, segundo a consultoria, muitos no mercado duvidam que vá adiante.

O anúncio do aumento de 548 mil bpd em setembro pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo “cria espaço para que as economias do Golfo ampliem sua capacidade e sustentem o crescimento do setor de petróleo”, segundo a Oxford Economics.

A consultoria destaca que, apesar dos “riscos de oferta e desequilíbrios entre demanda e estoques” no médio prazo, o cenário favorece a região. A projeção é de Brent a US$ 70 por barril neste ano, caindo para US$ 64 em 2026.

O Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA também informou que os estoques de petróleo na semana passada contrariaram expectativas e recuaram 3,029 milhões de barris.

Por Pedro Lima.

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