Pressão da oferta

Petróleo fecha em queda com aumento de produção pela Opep+

Brent recua 1,30%, a US$ 68,76 o barril; expectativa de excedente e retaliação de Trump a Nova Délhi pesam sobre os preços

Donald Trump durante reunião bilateral com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, no Salão Oval da Casa Branca, em 13 de fevereiro de 2025 (Foto Oficial Casa Branca)
Donald Trump durante reunião com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, no Salão Oval, em 13 de fevereiro de 2025 (Foto Oficial Casa Branca)

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta segunda-feira (4/8), estendendo as fortes perdas da última sessão, em meio à decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de aumentar ainda mais a produção da commodity.

Investidores também digeriram as falas do presidente dos EUA, Donald Trump, de que ele elevará a tarifa cobrada à Índia por conta da compra de óleo russo.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para outubro teve baixa de 1,30% (US$ 0,91), a US$ 68,76 o barril, enquanto o petróleo WTI para setembro, negociado na Nymex, recuou 1,54% (US$ 1,04), a US$ 66,29 o barril.

A Opep+ concordou neste domingo em aumentar a produção de petróleo em 547 mil barris por dia (bpd) em setembro, completando a devolução de 2,2 milhões de bpd que retirou do mercado em 2023.

A Capital Economics, contudo, suspeita que o cartel terá que fazer uma pausa antes de desfazer a próxima camada de cortes voluntários ou enfrentará um excedente crescente no mercado de petróleo.

O cenário base da consultoria é de que o grupo começará a aumentar a produção novamente a partir do segundo trimestre de 2026, o que ainda é consistente com a queda do preço do Brent este ano e no próximo.

Mais cedo, a commodity chegou a reduzir momentaneamente parte das perdas com a notícia de que Trump elevará “substancialmente” a tarifa cobrada sobre as importações da Índia. O republicano argumentou que os indianos compram grande quantidade de petróleo da Rússia para vendê-lo no mercado aberto.

A Índia, por sua vez, disse que começou a importar da Rússia porque os suprimentos tradicionais foram desviados para a Europa após o início do conflito com a Ucrânia.

Alguma volatilidade acentuada provavelmente está à frente, dadas as vastas incertezas em relação às tarifas, diz a Ritterbusch “Um foco intenso permanecerá nas tensões entre os EUA e a Rússia, que podem resultar em grande aumento nas sanções“, acrescenta.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sinalizou nesta segunda que é preciso ser “muito cuidadoso” no que diz respeito à retórica nuclear, em resposta à declaração de Trump de que ele havia ordenado o reposicionamento de submarinos nucleares nas proximidades da Rússia, segundo a Reuters.

Por Thais Porsch. Com informações da Dow Jones Newswires.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias