Tensões globais

Petróleo fecha em queda após Fed e sinais de oferta em sessão de dólar fortalecido

Investidores foram influenciados pelo Fed; Brent cai 0,75%, a US$ 67,44 o barril

Presidente do Federal Reserve Jerome Powell fala com jornalistas após anúncio do corte de meio ponto percentual na taxa de juros dos EUA em 18 de setembro de 2024
Presidente do Federal Reserve Jerome Powell fala com jornalistas após anúncio do corte de meio ponto percentual na taxa de juros dos EUA em 18 de setembro de 2024 | Divulgação/FED

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta quinta-feira (18/9), à medida que investidores assimilam o corte na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira (17/9).

O dólar mais forte também influencia a commodity hoje. Investidores seguem no aguardo de novas informações sobre sanções adicionais da União Europeia contra a Rússia e ponderam um eventual aumento de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para novembro cedeu 0,75% (US$ 0,51), a US$ 67,44 o barril, enquanto o petróleo WTI para outubro, negociado na Nymex, fechou em baixa de 0,69% (US$ 0,44), a US$ 63,26 o barril.

A analista sênior do Swissquote Bank, Ipek Ozkardeskaya, destacou que o petróleo bruto segue limitado próximo de US$ 65 o barril com a força do dólar restringindo a alta. “Uma quebra sustentada da faixa de US$ 62-65 por barril não parece provável nesta semana”, ponderou.

Nesta quinta, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, voltaram a defender o aumento de pressão sobre a Rússia para forçar o fim do conflito com a Ucrânia.

“Se o preço do petróleo caísse, Vladimir Putin acabaria com a guerra na mesma hora”, disse o norte-americano.

A possibilidade de interrupções no fornecimento de petróleo russo sustentou os preços na última semana, enquanto preocupações com aumento da produção pela Opep+ limitam os avanços, disse o ING.

A forte queda nos estoques de petróleo dos EUA nesta semana e o corte do Fed “ajudaram a conter as perdas”, acrescentou o banco holandês.

Juros mais baixos normalmente estimulam a atividade econômica e a demanda por combustíveis, impulsionando os preços do petróleo, lembrou a Capital Economics.

No entanto, os investidores podem ter interpretado a decisão do Fed como um “corte de gestão de riscos, destinado a afastar perigos econômicos negativos em vez de sinalizar uma guinada mais significativa para o afrouxamento”, apontou a consultoria.

Por Pedro Lima, com informações da Dow Jones Newswires

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