Tensões geopolíticas impulsionam barril

Petróleo fecha em forte alta em meio à notícia sobre evacuação da embaixada dos EUA no Iraque

Brent tem forte alta de 4,34%, a US$ 69,77 o barril, impulsionado por risco geopolítico — tensões EUA-Irã e alertas em Bagdá — e otimismo com acordo comercial entre EUA e China

Donald Trump fala durante sessão conjunta da Câmara e do Senado no Congresso norte-americano, em 4/3/2025 (Foto Oficial Casa Branca)
Donald Trump discursa na sessão conjunta da Câmara e do Senado no Congresso norte-americano, em 4 de março de 2025 (Foto Oficial Casa Branca)

Os contratos futuros de petróleo fecharam esta quarta-feira (11/6) em forte alta, em meio à informação do The Washington Post de que o Departamento de Estado dos EUA está se preparando para ordenar a saída de todo o pessoal não essencial da embaixada americana na capital Bagdá devido ao potencial de instabilidade na região.

Mais cedo, relatos nas redes sociais de que a embaixada teria recebido ordem de evacuação devido a riscos de segurança já haviam alavancado os contratos.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para agosto avançou 4,34% (+US$ 2,90), para US$ 69,77 o barril, enquanto o petróleo WTI para julho, negociado na Nymex, subiu 4,88% (+US$ 3,17), fechando a US$ 68,15 o barril.

O ambiente de apreensão foi evidenciado por um alerta da Autoridade Marítima de Operações Comerciais do Reino Unido (UKMTO, na sigla em inglês), que citou “tensões crescentes” no Oriente Médio.

Os futuros do petróleo também se valorizaram após a fala do presidente dos EUA, Donald Trump, de que está “menos confiante” sobre um acordo que poderá pôr fim às avaliações do país sobre o Irã.

A declaração se soma a outros fatores altistas, como a falta de progresso na direção a um cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia, o que determinam as avaliações ao petróleo russo.

Os contratos retomaram tendência de alta ainda nas primeiras horas do dia, devido a sinais de progresso na direção de um acordo comercial entre os EUA e a China. Após o fim das negociações de alto nível em Londres, na terça-feira (10/6), Trump afirmou nesta quarta que o acordo “está fechado, sujeito apenas à aprovação final”.

Enquanto isso, a alta demanda sazonal por petróleo na Arábia Saudita e em outros países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) pode absorver o fornecimento adicional do grupo no curto prazo, limitando as exportações de commodities, diz em nota Ahmad Hussain, da Capital Economics.

“Apesar de a Opep+ estar aumentando a oferta global de petróleo, o impacto nos preços de referência pode ser limitado nos próximos meses”, afirma.

No entanto, Hussain acredita que os preços cairão depois disso. “Qualquer impulso à demanda será sazonal, então ainda esperamos que os preços do petróleo voltem a cair até o final deste ano”, acrescenta.

Por Pedro Teixeira. Com informações da Dow Jones Newswires.

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