Geopolítica do petróleo

Petróleo fecha em baixa, observando postura de Trump sobre Rússia e com relatório da Opep

Brent cai 0,72%, a US$ 68,71, com declarações moderadas de Trump sobre Rússia e projeções de aumento na oferta global em relatório do cartel

Donald Trump participa de coletiva de imprensa durante a Cúpula da Otan de 2025, em 25 de junho, no Fórum Mundial em Haia, nos Países Baixos (Foto Daniel Torok/Oficial Casa Branca)
Donald Trump participa de coletiva durante a Cúpula da Otan de 2025, em 25 de junho, no Fórum Mundial em Haia (Foto Daniel Torok/Oficial Casa Branca)

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta terça (15/7), em uma sessão que segue observando as perspectivas para novas sanções à Rússia.

A ameaça a países terceiros que façam comércio com Moscou é potencialmente um novo catalisador para o mercado, no entanto, investidores receberam com certo alívio as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o tema.

Além disso, relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) projetando aumento na produção ajudou a conferir um quadro de abastecimento elevado no mercado.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para setembro recuou 0,72% (US$ 0,50), a US$ 68,71 o barril, enquanto o petróleo WTI para agosto, negociado na Nymex, fechou em queda de 0,69% (US$ 0,46), a US$ 66,52 o barril. 

Na segunda (14/7), o preço do petróleo bruto Brent subiu acima de US$ 71 por barril pela primeira vez desde os ataques entre Israel e Irã.

Um dos motivos foram as fortes importações de petróleo bruto da China, e o outro foi o anúncio de Trump, de uma “grande declaração” sobre novas medidas contra a Rússia, aponta o Commerzbank, lembrando que investidores temiam sanções mais severas.

“Em última análise, Trump deu à Rússia 50 dias para encerrar a guerra. Caso contrário, tarifas punitivas de 100% seriam impostas aos aliados da Rússia. Sanções secundárias ameaçariam os compradores de petróleo russo, principalmente China e Índia.

O anúncio foi recebido com alívio”, afirma. “Por um lado, a temida escassez de curto prazo de suprimentos de petróleo devido a novas sanções imediatas foi evitada. Por outro, a ameaça é tão grande que só é crível até certo ponto”, conclui.

Hoje, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, afirmou que as sanções secundárias sobre a Rússia podem atingir países como Índia, China e Brasil, após encontro com senadores americanos.

“Meu conselho para Pequim, Deli e para o presidente do Brasil é para ligar para Vladimir Putin e pedir para que ele ‘fique sério’ em negociação de paz porque essas sanções podem os atingir com força”, disse.

A Opep reafirmou sua previsão para o crescimento da demanda global pela commodity este ano, em 1,3 milhão de barris por dia (bpd).

Se confirmada a projeção, o consumo global somaria 105,13 milhões de bpd em 2025. Para 2026, a organização também manteve sua projeção para a alta na demanda em 1,3 milhão de bpd, o que traria o consumo total para 106,42 milhões de bpd.

A Opep manteve a previsão para o aumento da oferta da commodity entre os países fora da Opep+ em 2025, em 800 mil barris por dia (bpd). De acordo com o cartel, as maiores contribuições deverão vir dos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina.

Por Matheus Andrade

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