Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta segunda-feira (16/6), observando as perspectivas para os próximos passos no conflito entre Israel e Irã. A escalada nas últimas dias houve dado impulso às cotações do barril, com analistas acreditando que a marca dos US$ 100 poderia ser ultrapassada, e, em alguns casos, ir além.
Por sua vez, com sinalizações de que Teerã não tem a intenção de ampliar os ataques, parte dos prêmios de risco foi devolvida hoje.
Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para agosto recuou 1,35% (US$ 1), a US$ 73,23 barril, enquanto o petróleo WTI para julho, negociado na Nymex, fechou em baixa de 1,67% (US$ 1,22), a US$ 71,77 o barril.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou nesta segunda (16) que o país não busca intensificar o conflito em andamento com Israel, mas prometeu responder a qualquer “agressão” dos israelenses. Pezeshkian repetiu que os iranianos não foram responsáveis pelo início das hostilidades.
“Mas responderemos aos crimes sionistas com autoridade e, em qualquer nível que atacarem, autorizamos uma resposta do mesmo nível”, escreveu.
Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou também nesta segunda que o Irã “não quer sentar à mesa de negociações. Eles querem destruir a mesa”, ao rejeitar a possibilidade de diálogo com Teerã, em entrevista à ABC News .
“Eles querem continuar com essas conversas falsas, nas quais mentem, trapaceiam e enganam os EUA. Temos informações muito sólidas sobre isso”, declarou.
A ausência de volatilidade adicional em decorrência do conflito parece refletir a visão de que, como demonstrado em outras escaladas na região nos últimos anos, isso não resultará em danos à produção de energia ou à infraestrutura de transporte, disponível a Capital Economics.
“Na última análise, esse é o principal canal pelo qual o conflito pode ter um impacto significativo na economia global”, afirma a consultoria.
“Indiscutivelmente, a escalada da campanha de Israel e a retórica em torno dela sugerem que a situação atual é mais grave do que os episódios anteriores. E embora o impacto sobre os principais índices de ações, rendimentos de títulos e taxas de câmbio tenha sido limitado, a medida da CBOE de volatilidade implícita em opções de petróleo atingiu seu nível mais alto desde 2022”, destaca.
Por Matheus Andrade