Geopolítica do petróleo

Petróleo fecha em baixa, com cautela por negociações e demanda, de olho em geopolítica

Brent cai 0,28%, a US$ 68,52, em meio a incertezas sobre exportações russas, ataques no Iraque e estoques em queda nos EUA

Donald Trump assina ordem executiva para fechar o Departamento de Educação, em 20/3/2025 (Foto Oficial Casa Branca)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assina ordem executiva, em 20 de março de 2025 (Foto Oficial Casa Branca)

Os contratos futuros de petróleo fecharam em leve queda nesta quarta-feira (16/7), com investidores cautelosos pelas tratativas entre os Estados Unidos e seus parceiros comerciais.

Além disso, a demanda pelo verão no Hemisfério Norte é alvo de grande atenção. Entre disputas geopolíticas, os riscos no Oriente Médio e as ameaças de novas sanções à Rússia seguem no radar.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para setembro recuou 0,28% (US$ 0,19), a US$ 68,52 o barril, enquanto o petróleo WTI para agosto, negociado na Nymex, fechou em queda de 0,21% (US$ 0,14), a US$ 66,38 o barril. 

Na visão da Rystad Energy, muitos fatores afetam o futuro imediato para os preços, mas a Rússia representa atualmente o maior choque potencial no mercado de petróleo.

“Tentativas anteriores de conter as exportações e a receita russas por meio de tetos de preços estão sendo revisitadas. No entanto, restringir os fluxos russos por meio de tarifas primárias ou secundárias tem impactos antecipados”, avalia.

Além disso, a consultoria avalia que existe um cenário bastante real em que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep) comece a cortar a produção e as exportações e estende uma nova política ao longo do final do ano para conter o crescimento da oferta.

“O Brent provavelmente permanecerá em torno de US$ 60 até o final do ano, com uma média de US$ 66 no terceiro trimestre e de US$ 63 no quarto trimestre”, projeta.

O prêmio de risco atrelado ao preço real pode aumentar a volatilidade, já que as discussões entre Rússia e Ucrânia entram em uma fase crítica, algumas tensões no Oriente Médio ainda existem e novas sanções ao Irã e à Venezuela ainda estão em pauta.

Drones atacaram campos de petróleo na região semiautônoma curda no norte do Iraque nesta quarta-feira (16/7), o mais recente de uma série de ataques nos últimos dias que colocaram várias instalações petrolíferas fora de operação.

Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelos ataques, que exacerbaram as tensões entre o governo central em Bagdá e as autoridades curdas. O departamento antiterrorismo da região curda disse que dois drones atacaram um campo de petróleo no distrito de Zakho, causando danos, mas sem feridos.

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos caíram 3,859 milhões de barris, a 422,162 milhões de barris na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE). Analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam estabilidade.

Por Matheus Andrade

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