Geopolítica impulsiona petróleo

Petróleo fecha em alta sustentada pelo otimismo sobre negociações comerciais entre EUA e China

Brent sobe 0,86%, a US$ 67,04 o barril, impulsionado por otimismo comercial e sinais de restrição na oferta

Donald Trump durante coletiva de imprensa, na Sala Roosevelt da Casa Branca, em 12 de maio de 2025 (Foto Joyce N. Boghosian/Oficial Casa Branca)
Donald Trump durante coletiva de imprensa, na Sala Roosevelt da Casa Branca, em 12 de maio de 2025 (Foto Joyce N. Boghosian/Oficial Casa Branca)

Os contratos futuros de petróleo voltaram a fechar em alta nesta segunda-feira (9/6) — depois de acumularem valorização de 6% na semana passada —, sustentados por expectativas de abertura na oferta norte-americana e pelo otimismo em torno das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China

Após os presidentes Donald Trump e Xi Jinping conversarem por telefone na última quinta-feira (5), autoridades de ambos os países se reuniram hoje em Londres.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para agosto avançou 0,86% (US$ 0,57), para US$ 67,04 o barril, enquanto o petróleo WTI para julho, negociado na Nymex, subiu 1,10% (US$ 0,71), fechando a US$ 65,29 o barril.

Os investidores esperam que um possível acordo comercial entre Washington e Pequim possa melhorar as perspectivas para a economia global e, por consequência, para a demanda por petróleo.

“O estágio das tarifas provavelmente será negociado em breve e, embora represente um custo para a China, é muito provável que não seja tão severo quanto se for sugerido”, escreve Dennis Kissler, do BOK Financial.

Além disso, a queda no número de sondas ativas nos EUA e a maior demanda sazonal por combustíveis por conta do verão no Hemisfério Norte dão suporte aos preços da commodity, enquanto a produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus Aliados (Opep+) segue abaixo das estimativas, afirma Kissler.

No início do pregão, o Brent e o WTI recuaram 0,6%, para US$ 66,09 e US$ 64,22 por barril, respectivamente, após a divulgação de dados fracos da balança comercial da China.

As exportações chinesas cresceram 4,8% em maio na comparação anual — abaixo das expectativas dos analistas e do aumento de 8,1% registrado em abril.

Enquanto isso, as importações de petróleo do país diminuíram em relação ao ano anterior, influenciadas por menores taxas de operação de refinarias e pelo suporte das avaliações dos EUA sobre o petróleo iraniano, de acordo com observadores do mercado.

Nesta segunda-feira (9/6), o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, relatou que autoridades iranianas disseram que um ataque de Israel às instalações nucleares do país poderia levar Teerã a tentar desenvolver uma bomba atômica.

Se isso acontecer, é provável que os EUA e aliados implementem avaliações adicionais sobre o petróleo do país, o que reduziria a oferta global da commodity e contribuiria para aumentar seus preços.

Por Pedro Teixeira. Com informações da Dow Jones Newswires.

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