Geopolítica do petróleo

Petróleo fecha em alta, com resiliência da economia dos EUA e risco por tensão no Oriente Médio

Brent sobe 1,46%, a US$ 69,52, com ataques a campos de petróleo no norte do Iraque e resiliência da atividade americana; mercado reavalia risco geopolítico e força da demanda no verão

Cavalos-de-pau para produção no shale de gás dos EUA, no campo de Bakken, Dakota do Norte (Foto Ole Jørgen Bratland/Statoil)
Produção terrestre de óleo e gás no campo de Bakken, Dakota do Norte/EUA (Foto Ole Jørgen Bratland/Statoil)

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira (17/7), recuperando parte das perdas das três sessões anteriores na qual recuou. A demanda pela commodity, especialmente pelo verão no Hemisfério Norte, e a resiliência da atividade nos Estados Unidos oferece algum suporte aos preços.

Além disso, as tensões no Oriente Médio nos últimos dias retomaram parte dos prêmios de risco. Registros de ataques na Síria, em Gaza, e, especialmente, na região rica em petróleo do Curdistão iraquiano levantam temores de que uma eventual escalada possa ter maiores impactos para o mercado.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para setembro avançou 1,46% (US$ 1), a US$ 69,52 o barril, enquanto o petróleo WTI para agosto, negociado na Nymex, fechou em alta de 1,75% (US$ 1,16), a US$ 67,54 o barril. 

Entre indicadores apresentando a força da economia americana, as vendas no varejo dos Estados Unidos subiram 0,6% em junho ante maio, acima do previsto pelo consenso da FactSet. Já os pedidos de auxílio-desemprego americanos caíram 7 mil na semana, a 221 mil, contrariando previsão de alta.

Para a Pantheon Macroeconomics, a leitura de varejo indica desaceleração do consumo real no segundo trimestre, tendência que deve persistir no terceiro, quando o repasse das tarifas chegar aos preços.

A Oxford Economics lembra que, embora exportadores estrangeiros ainda absorvam parte do custo tarifário, itens essenciais já encareceram para o consumidor americano, como mostram dados de preços de importação.

Enquanto isso, um drone armado atingiu um campo de petróleo na região do Curdistão, no norte do Iraque, nesta quinta-feira (17/7), segundo forças curdas, o segundo ataque em dois dias na instalação administrada pela Noruega.

A fumaça subiu durante toda a manhã devido ao ataque à instalação no bloco Sarsang, localizado na cidade de Chamanke, segundo o Middle East Eye.

Desde 14 de julho, pelo menos seis campos de petróleo foram alvos de ataques de drones, incluindo locais operados por empresas americanas — a HKN e a Hunt Oil foram atingidas duas vezes cada — e a norueguesa DNO, que também foi atingida duas vezes.

Ataques de drones também ocorreram em outras áreas, tanto antes quanto depois de 14 de julho, particularmente perto do consulado americano em Erbil e do aeroporto de principal cidade do Curdistão iraquiano.

Por Matheus Andrade

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