Brent

Petróleo fecha em alta com ameaça de tarifa dos EUA a países que negociarem com Venezuela

Brent avança 1,06%, a US$ 72,37 o barril, após anúncio de sobretaxas de 25%; Opep+ deve manter aumento de produção em maio

Presidente Donald Trump discursa na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em 22/2/2025 (Foto Casa Branca Oficial)
Presidente Trump discursa na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em 22 de fevereiro de 2025 (Foto Casa Branca Oficial)

Os contratos futuros do petróleo fecharam o pregão nesta segunda-feira (24/3) em alta, puxados pelo anúncio de que os Estados Unidos irão impor tarifas secundárias de 25% sobre as importações de países que comprarem petróleo e gás da Venezuela.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para junho avançou 1,06% (US$ 0,76), alcançando US$ 72,37 o barril, enquanto o petróleo WTI para maio, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), subiu 1,22% (US$ 0,83), fechando a US$ 69,11 o barril.

A ameaça do presidente Donald Trump elevou os preços futuros do petróleo, que já vinham estendendo os ganhos da semana passada com as expectativas sobre uma nova rodada de conversas entre autoridades russas e americanas acerca de um possível cessar-fogo mais amplo na Ucrânia.

“Não acho que esses barris venezuelanos desaparecerão do fornecimento global, mas eles definitivamente vão custar mais do que no passado e provavelmente forçarão um redirecionamento do petróleo global”, diz Robert Yawger, do Mizuho. Embora muitos compradores tenham se afastado do petróleo iraniano, “não tenho certeza se eles querem fazer o mesmo com os fluxos venezuelanos” acrescenta.

A decisão também pode afetar as refinarias dos EUA, que já enfrentam tarifas sobre importações de petróleo bruto do Canadá e do México, observa Yawger.

Os EUA importaram cerca de 228.000 barris por dia de petróleo venezuelano em 2024, segundo a Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), uma agência do Departamento de Energia dos Estados Unidos. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) estimou a produção da Venezuela em 918 mil barris diários em fevereiro, com base em fontes secundárias.

No início deste mês, o governo americano deu até 3 de abril para a Chevron encerrar suas operações na Venezuela, embora tenha sido mencionado, na semana passada, que a administração estava considerando estender a licença da petroleira enquanto avaliava a possibilidade de impor tarifas sobre os compradores de petróleo venezuelano.

Em conversa por telefone nesta segunda-feira, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, concordaram em manter, em particular, a coordenação na esfera da Opep+.

Segundo informações da Reuters, a Opep+ deve continuar aumentando a produção de petróleo pelo segundo mês consecutivo em maio.

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