O petróleo fechou em queda modesta nesta sexta-feira (24/10), sem conseguir sustentar o forte avanço da véspera, enquanto segue os reflexos das sanções dos EUA contra companhias petrolíferas da Rússia — medidas que devem limitar as exportações do país e apertar a oferta global da commodity.
Investidores também mantêm a atenção voltada às tensões comerciais entre EUA e China, às vésperas do encontro entre os presidentes das duas potências.
Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para janeiro recuou 0,14% (US$ 0,09), a US$ 65,20 o barril, enquanto o petróleo WTI para dezembro, negociado na Nymex, fechou em queda de 0,47% (US$ 0,29), a US$ 61,50 o barril. Na semana, contudo, tiveram ganhos de 6,38% e 7,61% , respectivamente.
Para Olivia Cross, da Capital Economics, os participantes do mercado de petróleo ainda “estão longe de precificar totalmente uma perda das exportações” da Rússia.
Segundo ela, um dos motivos é que a experiência mostra que as sanções têm sido menos eficazes do que o esperado, devido às estratégias eficientes da Rússia para contorná-las. “Afinal, as exportações marítimas de petróleo bruto russo se mantiveram resilientes após a imposição das sanções americanas em janeiro”, acrescenta.
O WTI chegou a testar, mas não conseguiu sustentar ganhos acima de sua média móvel de 50 dias, em torno de US$ 62,50 por barril, após as novas sanções que atingiram duas gigantes russas do setor gerarem relatos conflitantes sobre a possibilidade de a Índia interromper as importações de petróleo russo para evitar sanções secundárias, diz Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote.
“Do ponto de vista técnico, as manchetes recentes provavelmente já esgotaram seu potencial de alta, abrindo espaço para uma leve correção até o fechamento semanal”, afirma.
Declarações do conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, de que as relações entre Estados Unidos e China passaram por um “degelo” nos últimos dias deram novo impulso aos preços do petróleo no fim da manhã, em meio a sinais mistos sobre as tensões comerciais.
Por Pedro Lima, com informações da Dow Jones Newswires
