Os contratos futuros de petróleo fecharam esta sexta-feira (11/4) em alta, após caírem para o nível mais baixo em mais de quatro anos ao longo da semana, à medida que os temores de uma recessão provocada pela política tarifária do presidente Donald Trump varreram os mercados globais.
Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para junho avançou 2,26% (US$ 1,43), alcançando US$ 64,76 o barril, enquanto o petróleo WTI para maio, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), subiu 2,38% (US$ 1,43), fechando a US$ 61,50 o barril. No acumulado da semana, o contrato do Brent valorizou 1,8%, enquanto o do WTI teve perda de 1,2%.
“A escalada da guerra comercial entre os EUA e a China continuou impactando os preços das commodities nesta semana”, afirma Olivia Cross, da Capital Economics. “Embora o formato final da política comercial ainda seja incerto, os choques de demanda nas duas maiores economias consumidoras de petróleo do mundo representam mais um fator negativo para uma demanda por petróleo que já se encontra enfraquecida.”
Citando os efeitos das tarifas, o Departamento de Energia (DoE, em inglês) dos EUA cortou na quinta-feira (10) sua previsão de demanda global de petróleo para 2025 em 400 mil barris por dia (bpd), para 900 mil bpd, e a expectativa é que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) reduzam suas estimativas na próxima semana.
“Essa forte redução na demanda por petróleo continuará sendo um limitador para a alta dos preços por semanas, e possivelmente meses, se o impasse tarifário entre os EUA e a China persistir”, diz a consultoria Ritterbusch em nota.
O número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA caiu de 489 para 480 na semana, de acordo com informações divulgadas nesta sexta (11) pela Baker Hughes, empresa que presta serviços ao setor.
Mais cedo, ao anunciar que os EUA podem travar as exportações de petróleo do Irã para pressionar Teerã sobre seu programa nuclear, o secretário de Energia, Chris Wright, disse que há perspectivas positivas para a demanda e oferta de petróleo sob as políticas de Trump. As preocupações dos mercados sobre o crescimento econômico se provarão equivocadas, afirmou.
Por Pedro Teixeira. Com informações da Dow Jones Newswires.