BRASÍLIA – O preço do barril de petróleo fechou na segunda-feira (30/9) em queda de 0,29% para o Brent, que terminou o dia cotado a US$ 71,77. Já o WTI fechou a US$ 68,18 por barril, com uma redução de 0,01%.
Segundo o Goldman Sachs, na última semana, os preços caíram 3%, mesmo com o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio e o lançamento de um pacote de estímulo à economia na China.
Na análise do banco de investimentos, a queda mostra que há um prêmio limitado pelo risco de uma escalada no conflito entre Israel com o Irã e o Hamas, que se intensificou nos últimos dias. Há ainda uma expectativa de aumento da oferta de petróleo, sobretudo na Líbia e Arábia Saudita.
“Na ponta baixista, o que entrega a maior pressão aos preços do óleo bruto se dá exatamente na última divulgação do PMI industrial chinês – indicador que mede o desempenho da atividade industrial. Isso acabou fomentando as expectativas de que a China deve contar com uma demanda menor por petróleo e derivados ao final de 2024”, diz o analista de inteligência de mercado da StoneX, Bruno Cordeiro.
Uma eventual alta, na visão do analista, estaria relacionada justamente à elevação dos prêmios relacionados ao risco de oferta no Oriente Médio.
“No fim de semana, houve diversos eventos relacionados a uma possível escalada das tensões ali na região. O que a gente observa é uma continuidade das tensões e uma incerteza sobre qual direcionamento se dará essa guerra”, afirma.
Previsão de baixa para 2025
A avaliação do Goldman Sachs para o preço cita a alta capacidade ociosa no mercado, o que reforça a previsão de que o Brent possa cair para a faixa dos US$ 60 até dezembro de 2025. A expectativa é que isso ocorra caso a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) escolham reverter completamente os cortes voluntários de oferta até novembro de 2025.
Se os membros da Opep decidirem aumentar a produção, a tendência é que o preço do barril caia. Podem ter impactos no preço eventuais aumentos na produção da Rússia e do Cazaquistão, que fazem parte do grupo de aliados ao cartel.
O Goldman Sachs prevê, ainda, que o pacote de estímulo monetário e fiscal pelo governo chinês pode acelerar a transição energética para alternativas não fósseis, o que também tem impactos na demanda por petróleo e, consequentemente, no preço do barril.
Adiamento dos cortes voluntários
A Opep+ anunciou este mês o adiamento do fim dos cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia. Inicialmente programadas para terminar em setembro, as restrições à produção foram estendidas por mais dois meses, na tentativa do cartel de oferecer suporte ao preço em patamares mais elevados.
A organização tenta controlar a oferta enquanto se preocupa com a manutenção do market share, pois países não membros vem elevando as suas produções e competindo no mercado internacional.