A Petrobras vai lançar novamente licitações para contratar as plataformas para os projetos de Sergipe Águas Profundas (SEAP 1 e 2) e Marlim Sul e Marlim Leste no modelo build-operate-transfer (BOT), segundo a diretora executiva de Exploração e Produção, Sylvia dos Anjos.
Nesse modelo, a empresa contratada fica responsável pela construção, entrega e instalação da unidade, que depois é transferida para a operadora.
A opção pelo BOT ocorreu depois das dificuldades na contratação das unidades, com preços considerados elevados.
Segundo a diretora, existe também a possibilidade de tentar contratar unidades próprias.
“Primeiro, a gente está indo no BOT, porque facilita. E [plataforma] própria é a segunda [opção]. A gente tirou o afretado, visto que a dificuldade de financiamento está impedindo, com custos elevadíssimos”, afirmou.
A Petrobras iniciou nesta segunda-feira (14/10) a licitação para a contratação da plataforma da revitalização de Marlim Leste e Marlim Sul, na Bacia de Campos.
A previsão é que o processo para as duas unidades de Sergipe seja reaberto nas próximas semanas, com simplificações para agilizar o andamento do projeto.
“A gente está confiante que deve conseguir, talvez, até um prazo um pouco menor na fabricação, visto que há muita similaridade dos dois [FPSOs]”, disse.
A companhia já indicou que não deve mais conseguir cumprir com o prazo de entrada em operação de Sergipe, previsto para 2028.
O projeto prevê ainda um gasoduto, que só vai ter a entrada em operação definida depois do resultado da licitação para as plataformas.
“Eu sou confiante que talvez a gente não tenha prazo mais cinco anos. Talvez a gente consiga alguma coisa melhor. Vamos aguardar”, disse a diretora.
Altos preços prejudicam projetos na Bacia de Campos
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que os altos preços apresentados pelo mercado nas recentes contratações de plataformas da companhia dificultam os projetos de desenvolvimento de acumulações menores, além das iniciativas de revitalização de áreas na Bacia de Campos.
“O Brasil precisa de plataformas mais em conta. Os preços começaram a ficar muito elevados. Entendemos as dificuldades dos nossos fornecedores, mas nós vamos ter que ser criativos, e eles também, para que haja espaço para o desenvolvimento, vamos dizer assim, mais justo da Bacia de Campos”, disse a CEO.
A executiva ressaltou que a empresa não quer ter que deixar para trás um potencial grande de reservas devido à alta nos preços.
“Entendemos que a Bacia de Campos é uma bacia que pode produzir nos próximos 40, 50 anos, quem sabe a mesma quantidade de petróleo que ela produziu até hoje. É claro que sem o pico de produção que ela já teve, mas estaremos voltados para o melhor aproveitamento da Bacia de Campos e das possibilidades de produção que essa bacia nos traz”, disse.
É neste contexto que a companhia está avaliando o reaproveitamento de unidades que seriam descomissionadas.
A empresa criou um grupo de trabalho para avaliar essa opção para as plataformas P-35, P-37, P-47 e P-19.
Chambriard confirmou ainda a entrada em operação do FPSO Maria Quitéria, no Parque das Baleias, ainda em outubro, e do FPSO Marechal Duque de Caxias, no campo de Mero, até o final do ano. Já o FPSO Almirante Tamandaré, no campo de Búzios, deve ter a produção iniciada até a primeira quinzena de janeiro de 2025.